O mercado de câmbio, que vinha se preparando para a possibilidade de uma postura mais hawkish do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), se surpreendeu nesta quarta-feira, 15, com o tom gradualista da presidente da instituição, Janet Yellen, e experimentou uma forte correção de baixa. O movimento foi impulsionado ainda pela melhora na perspectiva do rating do Brasil, anunciada pela Moody’s nos minutos finais do pregão. Assim, o cenário político interno ficou completamente em segundo plano, mesmo com a divulgação da “lista do Janot” no fim da tarde de ontem.

O dólar à vista no balcão terminou com queda de 2,22%, a R$ 3,1027, após oscilar entre a mínima de R$ 3,0987 (-2,35%) e a máxima de R$ 3,1779 (+0,15%). A queda porcentual foi a maior desde 28 de junho de 2016 (-2,57%). O giro registrado na clearing de câmbio da BM&FBovespa foi de US$ 1,158 bilhão.

No mercado futuro, o dólar para abril caía 2,10% por volta das 17h15, a R$ 3,1185. O volume financeiro somava US$ 20,221 bilhões. A divisa norte-americana também recuava ante a maioria das moedas emergentes e de países exportadores de commodities, como o rand sul-africano (-3,02%), o peso mexicano (-2,31%) e o dólar australiano (-1,95%).

O Fed elevou os juros hoje em 0,25 ponto porcentual, como era esperado, mas adotou um tom mais ameno no seu comunicado. Além de manter a previsão de três aumentos de juros este ano, a decisão para o aperto nesta reunião não foi unânime, com a dissidência do presidente da distrital de Minneapolis, Neel Kashkari, que preferia manter as taxas inalteradas.

Além disso, na coletiva de imprensa pós-decisão, Yellen manteve a postura gradualista, afirmando que as projeções econômicas do Fed e as perspectivas para o núcleo da inflação mudaram muito pouco nos últimos meses. “Um aperto monetário gradual deve ser necessário nos próximos anos”, comentou, acrescentando que a taxa neutra do juros deve permanecer por um tempo abaixo da média das últimas décadas.

No finalzinho da sessão, a Moody’s revelou que elevou a perspectiva do rating Ba2 do Brasil de negativa para estável, citando a estabilização macroeconômica e sinais de recuperação nas contas públicas. A agência menciona ainda “sinais de que o funcionamento da estrutura de políticas econômicas está melhorando e de que as instituições estão recuperando sua solidez, o que dá sustentação à planejada implementação de reformas fiscais estruturais”.

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