O que vem fazendo este Supremo Tribunal Federal com o que nos restou de fé e esperança em um País um pouco melhor – um tiquim, apenas! – nestes dois ou três últimos anos, é uma covardia maior que a de Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, ao aconselhar seus devotos a enfrentarem o vírus de “peito aberto”.

Em nome do tal “garantismo”, palavra bonita que favorece a impunidade, ministros da Suprema Corte – não todos, façamos justiça – vêm votando sistematicamente de forma oposta aos anseios da sociedade e em consonância com as teses, de cifras milionárias, dos doutores dos escritórios estrelados da advocacia criminal.

Uma vírgula fora do lugar, em uma peça de acusação contra um graudão corrupto qualquer, nos dias de hoje é capaz de transformar o juiz em suspeito e o ladrão em inocente. E um favorzinho aqui, um segredinho lá, um patrocínio acolá fazem inquéritos e processos dormirem como bebês em certas gavetas togadas.

A impossibilidade de prisão após uma condenação em segunda instância foi só o pontapé inicial de um jogo político-econômico-eleitoral que não tem dia nem hora para acabar. Sentenças e delações que o tempo e os bilhões recuperados fizeram questão de provar corretas são anuladas e atiradas nas lixeiras dos compadres.

Lula solto e elegível; Flávio Bolsonaro dormindo tranquilo; Renan Calheiros ‘nem te ligo farinha de trigo’; Eduardo Cunha em casa; Aécio Neves esquecido. Gilmar Mendes acusando, defendendo – e ofendendo!! – a esmo; Lewandowski sendo Lewandowski; Dias Toffoli votando em processo em que é potencialmente parte.

Edson Fachin é o responsável pela “anulação que nunca é anulada” da delação dos irmãos Batista, da JBS, que o apadrinharam quando indicado ao Supremo. Gilmar Mendes votou em favor de um réu cuja filha é sua afilhada. Ora, por que diabos, então, Toffoli não poderia votar em um suposto ‘benefício próprio’?

Mas o juiz suspeito do Brasil, o ‘marvadão’ mesmo, é Sergio Moro. E quadrilha criminosa, segundo Gilmar, são os procuradores da Lava Jato de Curitiba, e não Lula, Zé Dirceu, Ciro Nogueira, Arthur Lira (estes dois últimos os novos amigões do amigão do Queiroz) e companhia. Estes são apenas representantes do povo.