Há tempos que o Globo de Ouro deixou de ser indicador seguro para o Oscar e hoje a imprensa especializada prefere se apoiar nas premiações dos sindicatos. Nem por isso o prêmio da Associação dos Correspondentes Estrangeiros de Hollywood perdeu o brilho. Além de longevo, tem glamour e tapete vermelho.

Mais que isso. Na disputa entre cinema e streaming, que tem mudado a face do mercado, o Globo de Ouro de 2020, mais que o de anos anteriores, sacramenta a hegemonia da Netflix. A plataforma disparou em números de indicações. A História de Um Casamento, de Noah Baumbach, com seis, é o recordista do ano, concorrendo a melhor filme de drama, roteiro, ator e atriz protagonistas. Outra produção Netflix lançada em salas, O Irlandês, de Martin Scorsese, cravou cinco indicações – filme de drama, diretor, roteiro e atores coadjuvantes. Dois Papas concorre em quatro, inclusive filme de drama e roteiro, mas Fernando Meirelles ficou fora da disputa de direção.

Todos esses filmes concorrem na categoria de drama, fortalecendo a convicção de que as plataformas oferecem hoje aos autores uma liberdade autoral que o cinemão, com seu compromisso com o faturamento, não consegue mais assegurar.

No Portal Estadão você encontra as categorias, e as apostas. A grande expectativa diz respeito este ano a filme estrangeiro (Parasita?), diretor (o sul-coreano Bong Joon-ho ou Todd Phillips, de Coringa?) e ator (Joaquin Phoenix?). Embora represente o cinemão, Coringa, sobre o arqui-inimigo do Batman, inscreve-se no tema do ano – desigualdade social, revolta dos excluídos. Prêmios muitas vezes surpreendem, mas, como Joaquin, Brad Pitt é favorito a melhor coadjuvante, pelo Tarantino. Levará?

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.