Depois de 82 dias de revezamento pelo Brasil, a tocha olímpica percorre as ruas de São Paulo neste domingo. A chama passará pelas mãos de 260 condutores por 51 quilômetros na capital paulista, incluindo diversos cartões-postais. Palco do futebol na Olimpíada do Rio, o estádio Itaquerão, a Arena Corinthians, não está contemplada no roteiro.

A distância pesou na decisão de excluir o estádio na rota do símbolo olímpico, mas o Comitê Rio-2016 e a São Paulo Turismo (SPTuris, empresa de turismo e eventos da cidade de São Paulo) minimizam a ausência. Os organizadores ressaltam que o Itaquerão tem o seu lugar garantido no evento principal.

“A escolha dos lugares tem a ver com a capacidade de cumprir o trajeto. Se fôssemos respeitar a questão geográfica da cidade, não daríamos conta. Pegamos pontos históricos importantes da cidade, que a população de São Paulo identifica como seu. O Itaquerão já vai ter a sua luz com o advento dos Jogos Olímpicos”, explicou Italo Cardoso, diretor da SPTuris.

O revezamento terá início às 7h45 no Museu do Ipiranga. A honra da abertura ficará com o ex-jogador de vôlei Amauri Ribeiro, ouro em Barcelona-1992. Na sequência, a tocha descerá a ladeira do Parque da Independência de skate com Rony Gomes, campeão brasileiro.

Esportistas, famosos e anônimos passarão por Praça da Sé, avenida Paulista, Parque do Ibirapuera, Mercado Municipal, Pacaembu, Memorial da América Latina, entre outros pontos turísticos. Por volta das 19 horas, a pira cerimonial será acesa por Ademir da Guia, Rivelino e Zetti, ídolos de Palmeiras, Corinthians e São Paulo, no Sambódromo do Anhembi. Shows de Ludmilla e Luan Santana encerram a festa.

A celebração estava inicialmente prevista para ter fim no Parque Cândido Portinari. A alteração do ponto final desencadeou outras mudanças ao longo da rota. A complexidade da operação exigiu alguns cuidados da organização, como a discussão sobre a rodada do Campeonato Brasileiro. “Fizemos apelos à CBF para que não marcarem jogos neste dia, infelizmente alguns foram marcados”, lamentou Cardoso.

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Mas o jogo entre Palmeiras e Atlético Mineiro, neste domingo, às 11 horas, no estádio Allianz Parque, não deverá ser um problema para o revezamento. A passagem da tocha pela região de Perdizes e Barra Funda ocorrerá apenas no fim da tarde.

Segundo Paulo Lagoa, da CET, o entorno do Mercado Municipal exige uma operação reforçada. “Por se tratar de uma área central e já ser um polo de atração nos fins de semana, o Mercadão deve ter um movimento maior”, explicou. Serão 300 funcionários da CET entre engenheiros, supervisores e agentes trabalhando nos ruas.

O comboio em alguns lugares chega a 1,5 quilômetro de comprimento. Diante de números de um trabalho grandioso, a organização trabalha para minimizar os transtornos na vida do paulistano. “A operação foi planejada de modo a causar o menor impacto possível para a cidade. Todos os bloqueios e interdições foram previstos para durar exatamente o tempo de passagem desse comboio, de modo que seja possível fazer a passagem da tocha com segurança”, disse Lagoa.

Algumas faixas foram colocadas nas vias que compreendem o percurso para informar os motoristas sobre as alterações de trânsito programadas para este domingo. Além disso, a população pode consultar as mudanças pela internet ou telefone. Lagoa também explica que o fato de São Paulo receber o revezamento no fim de semana colabora para que o impacto não seja tão drástico. “Além de o volume de trânsito ser menor, as pessoas se deslocam um pouco mais tranquilamente pela cidade”. Diante de tantos desafios, o objetivo do Comitê Rio-2016 é um só: fazer um espetáculo.


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