Uma policial civil fez uma denúncia por meio do Instagram dela neste domingo, 3, revelando supostos assédios que teria sofrido do delegado Cassiano Ribeiro Oyama, enquanto trabalhava na 2ª DP (Delegacia de Polícia) de Palmas (TO) entre 2021 e 2022. Giovanna Cavalcanti Nazareno recebia tarefas que não eram de serviço dela e teria ouvido comentários relativos ao corpo dela e às roupas que usava.

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Entenda o caso:

  • Giovanna conta que os primeiros comentários por parte do delegado foram relativos ao corpo dela. O homem teria falado sobre o decote da vítima;
  • “O que eu vivi foram humilhações uma em cima da outra, querendo me apalpar e mandando fazer café para se esfregar em mim”, conta a mulher;
  • A policial explica que em uma determinada situação, Cassiano teria aberto o zíper para ela e dito: “Fiquei sabendo que você gosta de chupar”;
  • Giovanna relatou que ficava com medo de ficar sozinha no serviço e saía com uma colega, além de contar que tentou cometer suicídio mais de uma vez;
  • “Ele me chamava para ir ao motel, que eu nunca fui. Tenho um namorado que eu amo. Ele (Cassiano) era uma pessoa que eu não queria de forma alguma”, conta a vítima;
  • Após os abusos a mulher explica que o delegado a tirou da 2ª DP chamando ela de “bucha”;
  • “Eu não servia para fazer uma investigação. Eu servia para fazer os trabalhos que ele achava que era serviço voltado para a mulher, mas aquela mulher antiga, em que a gente tinha que passar por tudo calada”, fala Giovanna, dizendo que uma vez chegou a limpar o chão do local;
  • A policial conta que não fez a denúncia na época por medo de que ninguém acreditaria no que ela teria para dizer;
  • Em nota enviada à IstoÉ, a SSP-TO (Secretaria de Segurança Pública do Tocantins) afirmou que vai apurar as denúncias feitas por Giovanna.

Confira o comunicado na íntegra:

A Secretaria da Segurança Pública do Tocantins informa que no dia 15 de junho deste ano, uma sindicância foi instaurada de ofício pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil para apurar denúncias feitas pela referida servidora em sua rede social. Naquele momento, sem citar nomes.

Ao ser ouvida, ela relatou os supostos assédios e indicou o servidor que seria o autor dos mesmos.

Embora o procedimento seja sigiloso, é importante esclarecer que todas as providências investigativas foram tomadas pela Corregedoria para elucidação da denúncia. A sindicância se encontra em fase avançada e deve ser concluída em breve.

Por fim, a Secretaria da Segurança Pública do Tocantins destaca que não admite qualquer desvio de conduta por parte de seus servidores, bem como não coaduna com qualquer juízo prévio de culpa.

A Secretaria reafirma o seu compromisso com o estado democrático de direito e respeita os dispositivos constitucionais nos quais o acusado é inocente até prova em contrário, principalmente nestes tempos em que as redes sociais promovem verdadeiros linchamentos morais.

A SSP-TO reafirma ainda seu compromisso com a moralidade e a ética, investigando todos as denúncias recebidas, conforme os ditames da Lei estadual 3.461/2019.