A atriz Laila Zajdenweber Kelson, mais conhecida como Laila Zaid, foi a convidada da live da IstoÉ Gente, nesta quarta-feira (16). Descendente de uma família judia alemã e ativista ambiental, ela, na conversa com o jornalista Rafael Ferreira, fala sobre sua carreira profissional que se iniciou no teatro e tornou-se reconhecida na televisão, em especial, em Malhação, da TV Globo.  “Tive síndrome de pânico por causa da fama em Malhação. É esquisito a gente perder a individualidade. É assustador”, revela.

Drama pessoal à parte, na troca de ideias, a atriz  também contou sobre o cotidiano no enfrentamento à pandemia do coronavírus – ela se mudou com a família e casais amigos para o meio do mato e “montou uma comunidade”. Casada com o economista Marco Kertzman, Laila tem dois filhos, Clara, de 4 anos, e Tom, de 2. Nesta vida meio “refazenda”, eles vivem na Serra Fluminense com a família desde o início da crise sanitária do Covid. Na comunidade, eles reutilizam água da chuva, fazem compostagem, praticam o consumo consciente, produzem grande parte da comida numa horta particular, usam energia solar em sua casa e ela não come carne. “Não uso saião, mas tenho a alma hippie”, diz.

Nessa vida de “comuna”, a atriz tem colocado em prática tudo que ela diz acreditar e que está imortalizado em seu primeiro livro – “Manual para Super-heróis, o início da Revolução Sustentável”, da Editora Melhoramentos. Nas pouco mais de cem páginas dos escritos, ela ensina aos pequenos, em meio à ilustrações, curiosidades e divertimentos, dicas práticas de sustentabilidade para serem executadas no dia a dia, inclusive pelos adultos. Tudo de forma fácil, divertida e interativa. Ela entende que a vida sustentável é consequência de um amor pela natureza que começou na infância. “Eu era “eco-chata” desde sempre”, diverte-se.

Laila Zaid é a embaixadora da Oceana, uma instituição internacional, fundada em 2001, focada em preservar e restaurar a vida marinha. “Sou filha de surfistas, sempre fui ligada ao meio ambiente”. Na entrevista, ela não fugiu das questões políticas. “Estamos vivendo um horror, uma tragédia. O prejuízo ambiental que este governo (Bolsonaro) está causando para o Brasil, talvez seja irreversível. É de doer o coração”, afirma.

A atriz começou a estudar teatro na mesma época em que entrou na faculdade de publicidade, contrariando os pais. Em sua estreia, integrou o elenco de uma encenação de “Sonho de Uma Noite de Verão”, de Shakespeare. Em 2004, Laila foi chamada para fazer parte do seriado juvenil “Malhação”, na qual fez seu primeiro papel de destaque como a garçonete Bel, que interpretou por três anos.

Consciente politicamente e articulada, a atriz disse que ao contrário da lógica perversa da vida dos atores  (que lutam muito para assinar um bom contrato), ela não teve que ralar muito para ganhar sua primeira grana. No bate-papo, sobre os trabalhos recentes no cinema – “Pai em dobro” e “Lacuna”, um filme de terror – ela disse: “Estou esperando me vacinar para ficar segura para começar a tocar o barco”, finaliza.