O músico e escritor Tony Bellotto participou da live de IstoÉ, nesta terça-feira (16). Um dos fundadores da banda Titãs, Bellotto falou sobre os mais diversos temas ligados à cena musical e artística da banda como o “Trio Acústico”, um projeto que ele ao lado de Branco Mello e Sérgio Britto, celebram – em uma série de três EPs – os 20 anos de lançamento do disco “Acústico MTV”, lançado por eles em 1997, título mais vendido da discografia da banda, com mais de dois milhões de cópias comercializadas.

No bate-papo, o músico conta que paralelamente à turnê do show do Trio Acústico, a ideia da banda era continuar o trânsito pelo Brasil com a turnê da “Ópera-rock; Doze flores amarelas”, um espetáculo encenado ao vivo, misturando música, atuação e projeções, e que virou DVD.

No entanto, os projetos foram interrompidos com a pandemia do novo coronavírus. Apesar da pandemia, Tony garante que esses projetos voltam aos palcos depois de superada a crise sanitária. Ele afirma que os 40 anos da banda, em 2022, não vão passar despercebido: “Vem coisa boa por aí.”

Bellotto deu sua opinião sobre a migração da música para o formato digital e as consequências dessa mudança para o setor. “Na nossa cabeça foi um choque”, diverte-se. “Sou antiquado, trabalho ainda de forma rudimentar.” Tony entende que a música digital empurra os artistas para um empobrecimento, já que os músicos recebem muito pouca grana com o direito autoral. “É muito difícil ganhar dinheiro”.

O músico, que também é escritor (ele é autor de 12 livros), disse na live sobre o processo de criação das músicas do Titãs e sua estreia como escritor de contos policiais, da série iniciada com “Bellini e a Esfinge”.

“É um personagem que dá muito prazer. Um alter ego”, afirma.

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Ainda sobre literatura, ele fala de seu último romance, “Dom”, obra que narra a história de um jovem de classe média, Pedro Dom, filho de um policial, que se tornou chefe de uma quadrilha de roubo de residências no Rio de Janeiro dos anos 2000, para sustentar o vício em cocaína e pela emoção. Tony conta que a obra vai virar série de TV, “já gravaram os primeiros episódios”.

O músico também também falou de política e fez duras críticas ao governo do presidente Jair Bolsonaro.

“Este é um governo maléfico. É péssimo em todos os sentidos. Este governo não representa o Brasil”, criticou.

Para as eleições presidenciais de 2022, Tony entende que a retomada democrática é necessária, além de estancar os erros praticados pelo atual governo federal na eleição presidencial de 2022.

“Tem que se construir uma frente ampla. Temos bons nomes na disputa, mas a pulverização de candidaturas pode complicar o cenário”, disse.

Infectado pelo coronavírus em dezembro do último ano, Belloto revelou que sentiu medo após testar positivo para a Covid-19.

“Fiquei muito tenso, com medo que fosse piorar, com medo que eu fosse internado, que eu fosse morrer”, conta.


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