Após recusar uma proposta há cerca de dois meses, o técnico Tite parece disposto a não deixar o sonho de assumir a seleção brasileira escapar mais uma vez. Ele está propenso a aceitar um convite desde que a CBF acate as suas exigências, que inclui levar consigo seus homens de confiança. São eles: Edu Gaspar, Cleber Xavier e Fábio Mahseredjian – gerente de futebol, auxiliar técnico e preparador físico, respectivamente, do Corinthians. O preparador, inclusive, já faz parte da comissão técnica da seleção com Dunga.

Edu chegaria para ser o coordenador de seleções, cargo que atualmente é ocupado por Gilmar Rinaldi. Tite tem por hábito gostar de ter um bom relacionamento com os dirigentes do local onde trabalha e se tornou muito próximo do gerente corintiano, por isso faz questão de trabalhar com ele na seleção.

O treinador já disse algumas vezes que sonha um dia dirigir a seleção brasileira, mas “com respeito aos profissionais”. Além de contar com pessoas de sua confiança em volta, Tite também se recusa a conversar com a CBF enquanto Dunga for o treinador. “Ele é muito ético e não quer ficar marcado como alguém que puxou o tapete do Dunga”, disse um amigo do comandante corintiano.

Outro ponto importante para o treinador é que ele não gostaria de assumir o comando da equipe na Olimpíada. A CBF precisa enviar até esta quarta-feira a lista dos jogadores e da comissão técnica que irá estar na Rio-2016 e o comandante corintiano não acredita que teria tempo hábil para conhecer todo o time e elaborar uma lista de convocados. Assim, Rogério Micale, técnico da seleção brasileira Sub-20 e que seria auxiliar de Dunga nos Jogos, é que dirigiria o time brasileiro na busca pela inédita medalha de ouro.

Tite também precisa se acertar com a diretoria do Corinthians. Ele tem contrato até dezembro do ano que vem e os dirigentes já sabem que ele está disposto a aceitar assumir a seleção brasileira, mas querem evitar que ele leve parte da diretoria e também da comissão técnica. Uma das ideias seria que Edu Gaspar permanecesse por mais um tempo no clube e iria depois trabalhar na CBF.

A seleção brasileira principal volta a campo no dia 2 de setembro para enfrentar fora de casa o Equador, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018.

Algo que poderia ser um problema, não incomoda mais tanto Tite como antes. Ele é muito amigo de Andrés Sanches, que é desafeto do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero. Pessoas ligadas ao treinador asseguram que ele não se incomoda tanto com o assunto como antes.

PLANO B – Além de Tite, outro nome comentado como possível sucessor de Dunga é Jorginho, que dirige o Vasco na Série B do Brasileiro. Auxiliar do comandante da seleção na campanha da Copa do Mundo de 2010, ele tem bom relacionamento com os dirigentes da CBF.