Um homem armado disparou nesta segunda-feira (24) durante um curso em um anfiteatro da mais antiga universidade da Alemanha, na cidade de Heildelberg, matando uma jovem e ferindo outras três pessoas antes de se suicidar.

“Uma jovem mulher morreu no hospital por causa dos ferimentos de bala”, revelaram à AFP fontes de segurança na tarde desta segunda.

O ataque aconteceu pouco depois do meio-dia (8h00 em Brasília): um homem adentrou com uma “arma longa” em um anfiteatro do campus de Neuenheimer Feld onde acontecia um curso e atirou, visivelmente sem um alvo definido, afirmou à AFP o porta-voz da polícia de Mannheim, Stefan Wilhelm.

Quatro pessoas foram atingidas pelos disparos, entre elas a jovem que morreu mais tarde no hospital. Depois do ataque, o agressor se dirigiu para a parte externa do edifício, onde “se suicidou”, detalhou a polícia.

Os investigadores supõem que o agressor agiu sozinho e, por isso, indicaram que “já não há uma situação de perigo”.

A polícia também informou que “não tinha conhecimento de nenhuma carta de reivindicação” e pediu que a população evitasse as especulações.

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Durante uma entrevista coletiva em Berlim, o chanceler alemão Olaf Scholz expressou sua consternação pelo atentado.

“Fico com o coração partido ao ouvir essas notícias”, disse Scholz. “Meus pensamentos estão com as vítimas, seus familiares e, certamente, os estudantes da Universidade de Heidelberg.”

O ministro da Justiça Marco Buschmann, por sua vez, escreveu no Twitter: “Meus pensamentos vão para as vítimas e as pessoas no local. Agradeço às forças de intervenção por seu serviço.”

– Uma universidade renomada –

A Universidade de Heidelberg enviou um e-mail a seus estudantes solicitando que os mesmos não comparecessem ao campus no bairro de Neuenheimer Feld, informou a emissora pública Südwestrundfunk (SWR).

O tiroteio provocou uma grande operação policial e as autoridades pediram à população que não permanecesse no local para permitir o trabalho dos socorristas e dos serviços de emergência.

 

O campus, situado na margem norte do rio Neckar, abriga faculdades de ciências naturais, departamentos do hospital universitário e um jardim botânico.

A universidade, fundada em 1386, é a mais antiga da Alemanha e é uma escola pública, com uma ampla gama de cursos, desde humanidades até medicina. Está situada em Baden-Württemberg, no sudoeste do país, entre as cidades Stuttgart e Frankfurt.

O lema da universidade é “Semper apertus” (“Sempre aberta”) e a instituição se compromete a trabalhar com um espírito de abertura e tolerância.

Depois de vários semestres de ensino à distância devido à pandemia, as aulas foram retomadas em outubro, disse à AFP um pesquisador que trabalha na universidade.


O acadêmico assinalou que havia controle de entrada na instituição, inclusive de passaporte sanitário.

– Legislação sobre armas –

A legislação alemã sobre a posse de armas de fogo se tornou mais rígida após dois ataques contra escolas na cidade de Erfurt (leste), em abril de 2002, e na localidade de Winnenden (sudoeste) em março de 2009.

As armas utilizadas em ambos os casos estavam legalmente registradas.

O país conta agora com uma das legislações mais estritas da Europa, que exige que os menores de 25 anos se submetam a um exame psiquiátrico antes de solicitar uma licença de armas.

Em 2016, nove pessoas foram assassinadas por David Ali Sonboly, que abriu fogo em um centro comercial em Munique. Outras 35 pessoas ficaram feridas nesse ataque, que começou em uma lanchonete do McDonald’s e terminou quando o atirador usou sua Glock 9 mm para se suicidar.

O atentado em Munique gerou um intenso debate no país sobre a conveniência de voltar a endurecer a legislação sobre armas.


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