Autor de tiroteio que matou três na Califórnia tem 19 anos

Autor de tiroteio que matou três na Califórnia tem 19 anos

Um jovem de 19 anos foi identificado nesta segunda-feira (29) como o autor do tiroteio que matou na véspera três pessoas, entre elas um menino de seis anos, e deixou 12 feridos em uma feira de gastronomia na Califórnia, oeste dos Estados Unidos.

Santino William Legan atirou a esmo na direção de uma multidão com um fuzil AK-47, informaram as autoridades. A polícia o matou a tiros, menos de um minuto depois do início do ataque na feira Garlic, na cidade de Gilroy, 130 km a sudeste de San Francisco.

A polícia informou que o local “ainda é a cena de um crime”, e os agentes estão procurando por um possível segundo suspeito, disse Smithee à imprensa.

“Acreditamos, com base nas declarações de testemunhas, que uma segunda pessoa esteve envolvida, mas não sabemos até que ponto”, acrescentou.

Desconhece-se até o momento o que teria motivado o ataque.

Maribel Romero, avó da criança morta, Stephen Romero, contou à ABC7 News que dois estavam no festival com a outra avó do menino.

O presidente Donald Trump recordou nesta segunda as vítimas do ataque. Além da criança, os outros dois mortos são Keyla Salazar, uma adolescente de 13 anos, e Trevor Irby, um rapaz de 20.

“Enquanto famílias aproveitavam o tempo juntos no festival local, um assassino malvado abriu fogo e matou três cidadãos inocentes, incluindo uma criança pequena”, disse o presidente na Casa Branca.

“Meu filho tinha toda a vida pela frente e tinha apenas seis anos”, disse o pai de Romero, Alberto, à NBC. O menino levou um tiro nas costas, acrescentou.

Uma pessoa se encontra em estado crítico entre os feridos, que têm entre 12 e 69 anos, reportou um veículo local.

Nas imagens do canal de notícias, pessoas aparecem correndo, enquanto tiros são ouvidos.

A emissora falou com uma testemunha, Julissa Contreras, que afirmou que um homem branco na faixa dos 30 anos havia aberto fogo com um fuzil.

“Eu o vi atirando em todas as direções. Ele não estava mirando em ninguém especificamente. Estava indo da esquerda para a direita e da direita para a esquerda”, relatou Contreras, de acordo com a NBC.

Segundo Smithee, aparentemente, o suspeito entrou na feira utilizando uma ferramenta para cortar grades, evitando, assim o esquema de segurança do local.

A feira contava com um forte esquema de segurança, incluindo detectores de metais e a revista dos pertences de visitantes, explicou o chefe de polícia.

O diretor do festival, Brian Bowe, disse estar “profundamente chocado”.

“Nossos mais de 4.000 voluntários trabalham duro todos os anos e ver esse evento terminar desta maneira é simplesmente uma das coisas mais trágicas e tristes que já vivi”, desabafou, na conversa com os jornalistas.

– “Estou muito irritado” –

A feira de gastronomia Garlic de Gilroy inclui apresentações de grupos musicais e competições culinárias, além de barracas para comer e beber. A cada ano, recebe cerca de 100 mil pessoas em seus três dias, segundo os organizadores.

É um evento importante para a pequena cidade de cerca de 50 mil habitantes.

Com duração de três dias, a feira estava terminando quando os tiros começaram a ser ouvidos, obrigando os presentes a buscar abrigo.

Segundo testemunhas, uma pessoa perguntou ao atirador porque ele estava atacando as pessoas e ele respondeu: “porque estou muito irritado”.

As autoridades informaram que Legan adquiriu legalmente a arma em Nevada no dia 9 de julho, evitando a legislação californiana, que proíbe venda de fuzis e escopetas a menores de 21 anos.

O dono da loja onde Legan adquiriu a arma publicou um comunicado no Facebook lamentando o ocorrido e informando que o atirador fez a compra pela Internet.

O governador da Califórnia, Gavin Newsom, chamou o incidente de “horrível”.

“Esta noite, a Califórnia apoia a comunidade de Gilroy. Meu gabinete está acompanhando a situação de perto”, tuitou.

O jornal “Mercury News” indicou que o tiroteio ocorreu quando a feira estava terminando.

Um trabalhador da feira, Shawn Viaggi, jogou-se no chão depois de ouvir tiros. “Eu disse: ‘Esta é uma arma de verdade, temos que sair daqui’ e nos escondemos debaixo do palco”, contou ao jornal.

Evenny Reyes, de 13 anos, relatou ao “Mercury News”: “Estávamos saindo e vimos um sujeito com uma bandana amarrada na perna porque havia levado um tiro. E tinha pessoas no chão, chorando”.

Os tiroteios são comuns nos Estados Unidos, mas, apesar da magnitude do problema relacionado à violência armada, poucos esforços têm sido feitos para abordar essa questão com leis em nível federal.