Foi a bordo de um Peugeot caindo aos pedaços que um casal atravessa o sul da França no filme “Paris pode Esperar”, em uma viagem de fazer inveja a qualquer mortal. Talvez agora seja uma boa hora para se lembrar desse filme e de que nem sempre quanto mais longe vamos com o avião, mais interessante será nossa viagem.

Na real, é que com o avião a gente se desloca e com o carro a gente viaja, explora. A exploração e as escapadas que dão a liberdade de escolher pra onde ir, que horas parar, onde parar e fugir das aglomerações e dos roteiros prontos.

É um controle muito maior do seu próprio ambiente, principalmente dentro da nossa realidade do momento, onde as companhias aéreas ainda estão queimando os neurônios para descobrir uma nova forma de voltar a se movimentar como antes, agora com as novas regras de segurança (necessárias).

E tem também o fato de que ainda estamos na listinha dos ‘non gratos’ dos países pelo mundo todo.  Mas olha, não precisamos do sul da França para sermos felizes. Vamos refrescar a memória e lembrar que temos mais de 5 mil cidades em 26 estados, com diversidades culturais e paisagens de cair o queixo minha gente, como praias, montanhas, cânions, cavernas, cidades históricas. É muita beleza.

Só aqui pelo estado de São Paulo, já conseguimos respiros tão incríveis, que a gente volta para o home office pronto para mais dezenas de meetings, zooms e as lives das sete da noite.

Para a montanha, dá pra rodar pela Serra da Mantiqueira passando por cidades como São Francisco Xavier, Campos do Jordão e São Bento do Sapucaí. Ou para praia, passando por São Luis do Paraitinga, Ubatuba, Cunha e Paraty. O importante é checar as normas de cada cidade, seguir com kits de higiene no carro e evitar aglomeração.

Até dá para optar por ficar em hotéis, mas é necessário checá-los antecipadamente. Os hotéis estão em processo de reabertura e utilizando apenas 40% de sua capacidade.

Talvez alugar uma casa em apps como o Airbnb, ou porque não jogar uma barraca no porta-malas e acampar? O app Ma Camp mostra locais de parada pelo Brasil inteiro.

O principal é agir com cautela porque nossos números em relação à Covid-19 ainda estão altos e talvez a realidade seja que tudo só comece a engrenar mesmo depois da vacina.

Enquanto as janelinhas do avião estão um pouco mais difíceis, dá pra tirar as carangas da garagem, fazer uma revisão e cair na estrada por aqui. Em tempos em que recursos como emoções e relações estão escassos, uma viagem dessas com certeza constrói boas memórias.