05/11/2018 - 16:04
Conheça mais sobre a possibilidade de fazer uma cirurgia parcial da tireóide, em vez da retirada total da glândula, quando uma operação é realmente necessária. Quem explica é o médico Flávio Hojaij, especialista em cirurgia de cabeça e pescoço, professor livre docente da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e Secretário da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço. “Uma pessoa que, apesar de ter um câncer na tireóide, enquadre-se em vários critérios – é jovem, tem nódulo único e pequeno, sem sinais de doença à distância, entre outros – pode ser submetida a uma cirurgia parcial e, dessa forma, terá uma melhor qualidade de vida em comparação a quem fez a cirurgia total”, afirma.
– Pode definir o que é uma cirurgia parcial?
É a operação onde deixamos parte da tireóide. Usualmente emprega-se essa técnica nas abordagens em que retiramos um dos lados da glândula, que tem a forma de uma borboleta.
– Em quantos % dos casos ela poderia ser indicada?
Ela pode ser indicada em nódulos únicos e que sejam menores do que 2 cm. Há diretrizes que até autorizam em caso de nódulos maiores, mas por critérios de segurança, o consenso é que seja menor de 2 cm. O percentual de indicação depende das características dos pacientes.
– Há pouca indicação? Por que?
Por muito tempo indicou-se a tireoidectomia total e, de fato, essa operação é muito boa e segura. Quebrar paradigmas é difícil e sempre encontra certa resistência.
– Quais suas principais vantagens?
Manter ritmos biológicos naturais e a possibilidade de não precisar tomar hormônios artificiais, além de uma operação menor com menos riscos e complicações.
– Do ponto de vista estético ela apresenta menos marcas também?
Isso não, o acesso cirúrgico é semelhante.
– Qual a diferença de recuperação entre a tradicional e a parcial?
A recuperação em relação aos hormônios é mais rápida, porém a ferida operatória é a mesma e requer os mesmos cuidados.
– Quais os cuidados após uma e outra?
Os cuidados são semelhantes, mas o acerto da dosagem de hormônios é mais fácil na cirurgia parcial.
– Quando uma cirurgia de retirada de tireóide é de fato indicada?
A cirurgia da tireoide tem como indicações: nódulos suspeitos de neoplasias malignas, nódulos não malignos grandes (acima de 3 cm), hipertireoidismo (sem resposta ao tratamento clínico) e no caso de compressão de órgãos.