Todos os 16 clubes da elite do futebol paulista afirmam que a escolha da numeração das camisas é feita diretamente pelos jogadores e que não há restrição. Na visão dos clubes, portanto, são os atletas que evitam o 24, número associado à homossexualidade.

O Estado ouviu os times do interior (Água Santa, Botafogo, Bragantino, Ituano, Guarani, Ferroviária, Santo André, Inter de Limeira, Novorizontino, Ponte Preta, Mirassol e Oeste) e os quatro grandes (São Paulo, Corinthians, Palmeiras e Santos). No Paulistão, não existe a numeração padronizada, de 1 a 30, por exemplo, como é o caso da Copa Libertadores.

Por meio de sua assessoria de imprensa, o Palmeiras reafirma que os jogadores são livres para a escolha da numeração e lembra que uma das maiores conquistas da história do clube, a Libertadores de 1999, foi obtida com um camisa 24 como destaque do elenco: o atacante Euller.

“O Água Santa é um time que respeita a diversidade e acredita que este tipo de manifestação – de 24 ser um número relacionado à homossexualidade -, que muitos encaram apenas como uma brincadeira, não deve existir mais no futebol. E todos são livres para usar o número que bem entender no clube”, explica Wanderley Farias, diretor de futebol do Água Santa.

“No Mirassol Futebol Clube, os atletas têm total liberdade para escolher seu número para as partidas. Do 1 ao 30 fica disponível para todos escolherem aquele número que lhe satisfaz”, afirma Edson Antônio Ermenegildo, presidente do Mirassol.

A Ponte Preta explica que as camisas para os reservas são numeradas a partir do número 12, mas não é possível definir o tamanho do atleta que vai vesti-la (pequena, média ou grande). Elas são produzidas em tamanhos diferentes com numerais diferentes. Por isso, segundo o clube, ninguém vestiu a 22 e a numeração pulou do 23 até o 28. “É provável que a 24 apareça ou não nos próximos jogos dependendo do tamanho que vai ser utilizado pelo jogador reserva”, informa o clube.

Para o diretor de futebol do Santo André, Juraci Catarino, o time não teve nenhuma camisa 24 na rodada inicial do Paulistão – contra a Ponte Preta – porque só foram relacionados 20 atletas para o jogo e a numeração também não é fixa. “A numeração varia de acordo com a quantidade de atletas para a partida. Normalmente são relacionados 23 atletas. Mas não temos preconceito.”

O São Paulo afirma que a lista é definida entre diretoria e atleta, de acordo com a disponibilidade da camisa. Quando Alexandre Pato foi contratado, ele pensou em utilizar a camisa 11, um número de que gosta. O problema é que ela estava sendo utilizada pelo atacante Helinho. O novato abriu mão do número, mas Pato decidiu escolher o 7.