A seleção feminina de vôlei enfrenta nesta quarta-feira o primeiro desafio técnico na competição: a velocidade do Japão. Mesmo em casa, a equipe brasileira se adapta a um fuso horário diferente nesta Olimpíada: jogos às 22h35. A comissão técnica mudou os horários de treino para amenizar o desgaste físico, mas após a primeira partida no horário, encerrada depois da meia-noite, as atletas não pouparam críticas à organização dos Jogos.

As próximas duas partidas da seleção são contra times asiáticos – o Japão e a Coreia do Sul, que têm um ritmo mais acelerado de jogo e grande movimentação na rede. “Vamos ser mais exigidos. O Japão é tecnicamente bom. A paciência é a alma do negócio para não desperdiçar os contra-ataques. Quanto mais difícil o adversário, mais fica evidente o que precisamos melhorar”, disse o técnico José Roberto Guimarães.

O Japão está na terceira posição do grupo, liderado pelo Brasil, que não perdeu nenhum set na competição. A Rússia está em segundo. Até domingo, na última partida da primeira fase, todos os jogos da seleção começarão às 22h35, se não houver atrasos. Na segunda-feira, o jogo começou perto de 23h, pois a preliminar foi até o quarto set.

“Até a gente tomar banho, sair do ginásio, chegar na Vila, jantar e diminuir a ansiedade… serão 3h. Essa será nossa rotina e vamos ter que nos adaptar”, afirmou a jogadora Natália, um dos destaques da vitória contra a Argentina, anteontem.

Para amenizar os efeitos físicos dos desgastes, os horários de treinos e refeições foram alterados há duas semanas – e mesmo assim as jogadoras sentiram efeitos gástricos e musculares. O ideal seriam 12 horas de descanso, mas no final da manhã de ontem as jogadoras já estavam fazendo exercícios.

“É um horário terrível. Está na hora de pensar no lado do atleta, não só da mídia”, disse a central Thaísa, que deve jogar, recuperada de contusão.

José Roberto Guimarães indicou que a atleta deve entrar, mas não durante todo o jogo. Em quadra, a equipe soube compensar a saída de um dos ícones do grupo com a entrada de Juciely, que deixou sua marca no bloqueio e ataques precisos. “Ela é um grande pilar da equipe e serve de exemplo. O que importa é o grupo. Assim que vamos chegar à frente”, disse o técnico.