NOVA YORK, 11 DEZ (ANSA) – A revista norte-americana Time anunciou, nesta quinta-feira (11), os “arquitetos da Inteligência Artificial (IA)” como a “Pessoa do Ano de 2025”, destacando o impacto profundo – positivo e negativo – que a tecnologia exerce sobre a sociedade contemporânea.
A escolha, uma das mais aguardadas do mundo editorial, reflete o papel central que a IA passou a desempenhar em áreas como economia, política, ciência, cultura e segurança.
+ ‘Guerreiras do k-Pop’ são eleitas pela revista Time como a revelação de 2025
A publicação concluiu que nenhuma figura humana teve uma influência tão ampla, controversa e decisiva quanto a revolução tecnológica impulsionada pelos sistemas de IA.
“Por inaugurar a era das máquinas pensantes, por impressionar e preocupar a humanidade, por transformar o presente e transcender o possível, os Arquitetos da IA são as Personalidades do Ano de 2025 da Time”, diz a revista.
A revista dedicou duas capas especiais à edição. Na primeira, a Time recria a icônica fotografia de 1932, “Almoço no topo de um arranha-céu”, que mostrava 11 operários em cima de uma viga durante a construção do arranha-céus Rockefeller Plaza, em Nova York.
Agora, a imagem retrata figuras-chave do setor de tecnologia sentadas em uma viga de aço, como Mark Zuckerberg (Meta), Elon Musk (Tesla, SpaceX), Jensen Huang (Nvidia), Satya Nadella (Microsoft), Sam Altman (OpenAI), Lisa Su (AMD), entre outros.
Na segunda capa, os mesmos líderes aparecem dispostos sobre uma estrutura em formato das letras A e I. “2025 foi o ano em que todo o potencial da inteligência artificial se revelou, e quando ficou claro que não haveria volta”, escreveu a revista.
A Time enfatiza que a IA “mudou o nosso mundo em 2025, de maneiras novas, empolgantes e, por vezes, assustadoras”, destacando que os CEOs de big techs “assumiram o controle da história, desenvolvendo tecnologias e tomando decisões que estão remodelando o cenário da informação, o clima e os nossos meios de subsistência”.
“Competindo lado a lado, eles fizeram apostas bilionárias em um dos maiores projetos de infraestrutura física de todos os tempos. Reorientaram políticas governamentais, alteraram rivalidades geopolíticas e trouxeram robôs para dentro de casa.
A IA emergiu como, possivelmente, a ferramenta mais importante na competição entre grandes potências desde o advento das armas nucleares”, acrescenta.
Em sua edição especial, a Time argumenta que a IA não apenas acelerou inovações científicas sem precedentes, mas também alterou a forma como as sociedades produzem informações, tomam decisões e até mesmo imaginam seu próprio futuro.
Segundo o texto, modelos avançados capazes de gerar texto, imagens, código, música e análises complexas tornaram-se ferramentas cotidianas para milhões de pessoas, incluindo profissionais e estudantes, além de empresas, governos e a mídia.
A publicação enfatiza que, “pela primeira vez na história, uma tecnologia é capaz de ampliar ou substituir as habilidades cognitivas humanas em larga escala”, transformando setores que vão da saúde e educação ao entretenimento, defesa e finanças.
Além disso, destaca que a escolha ocorre após 12 meses de avanços acelerados e controvérsias crescentes. Empresas de tecnologia lançaram modelos cada vez mais poderosos, reacendendo discussões sobre segurança, desinformação, propriedade intelectual e substituição de empregos.
Enquanto governos ao redor do mundo debatiam regulamentações, pesquisadores alertavam para os riscos de se depender excessivamente de sistemas opacos que podem amplificar vieses ou gerar decisões automatizadas difíceis de monitorar, reforça o texto.
Paralelamente, a revista lembra que a IA demonstrou capacidades que antes pareciam ficção científica: diagnósticos médicos assistidos por algoritmos, descoberta acelerada de medicamentos, criação artística generativa, assistentes capazes de raciocinar em linguagem natural e sistemas que ajudam a resolver problemas científicos complexos.
Segundo a Time, os efeitos da IA na economia global já são visíveis. Grandes empresas de tecnologia atraíram investimentos recordes, enquanto os setores tradicionais foram forçados a se reinventar.
A publicação observa que a “corrida pela liderança global em IA” tornou-se um fator decisivo na competição geopolítica entre os Estados Unidos, a China e a União Europeia.
No âmbito nacional, a IA entrou de vez no debate político: desde seu uso na gestão de cargos públicos até os riscos de manipulação de informações em eleições. A ascensão das deepfakes e do conteúdo sintético obrigou partidos e órgãos reguladores a tomarem medidas urgentes para fortalecer a integridade dos processos democráticos.
A Time também enfatiza que, embora a IA seja a protagonista, seu desenvolvimento é resultado do trabalho de milhares de pesquisadores, engenheiros, programadores, designers e artistas que impulsionam a revolução a partir de laboratórios, universidades e startups.
Por fim, a revista dedica parte de sua edição às figuras mais visíveis do setor, de cientistas pioneiros a líderes empresariais e defensores da IA responsável e argumenta que a escolha reflete uma realidade inegável: a IA já é o ator mais influente na transformação do mundo moderno. (ANSA).