A TIM apresentou alta de 52,6% no lucro líquido normalizado do quarto trimestre de 2023 em relação ao mesmo período de 2022, chegando a R$ 900 milhões, de acordo com o balanço publicado nesta terça-feira, 6.

O resultado do trimestre confirma a fase positiva da operadora, que vem ampliando a sua receita continuamente nos segmentos de telefonia e internet móvel e fixa, com diluição de custos e melhora da margem.

Além disso, o balanço teve ganhos de ordem contábil na linha de depreciação e amortização, bem como redução da linha de imposto de renda graças ao uso de benefícios fiscais.

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) normalizado cresceu 7,5% na mesma base de comparação anual, para R$ 3,150 bilhões. A margem Ebitda aumentou 0,3 ponto porcentual, indo a 50,2%.

A receita líquida normalizada teve expansão de 6,8%, chegando a R$ 6,275 bilhões. A receita da TIM com serviços móveis avançou 7,6%, para R$ 5,706 bilhões, enquanto no segmento fixo a alta foi de 1,6%, para R$ 326 milhões.

O indicador no critério ‘normalizado’ exclui uma série de receitas e despesas que a TIM considera não recorrente. No quarto trimestre de 2023, eles agregariam uma receita de R$ 182 milhões, enquanto no mesmo período de 2022 representariam uma despesa de R$ 52 milhões.

Sem esses efeitos, o lucro líquido reportado foi de R$ 1,083 bilhão, alta de 101%, e o Ebitda, de R$ 3,453 bilhões, alta de 21%.

Estratégia operacional

A TIM manteve a estratégia de incentivar a migração de clientes para planos de maior valor agregado (e valor mais alto), bem como aplicar reajustes nos valores dos planos – iniciativa que foi facilitada para TIM, Vivo e Claro após a compra e fatiamento da Oi Móvel, reduzindo a competição no setor.

Nos planos pré-pagos da TIM, a receita aumentou 4,1%, enquanto a receita média por usuário (Arpu, na sigla em inglês) cresceu 14,5%. Nos planos pós-pagos, a receita cresceu 7,4%, e o Arpu evoluiu 12,5%. Em sua apresentação de resultados, a TIM destacou que atingiu o maior Arpu médio do setor móvel, no valor de R$ 31, alta de 15,8% na comparação anual.

No segmento móvel, a receita da banda larga TIM UltraFibra cresceu 9,5%, graças ao aumento da base de usuários. Já o Arpu caiu 0,2%.

Mais indicadores do balanço

Um indicador que ajudou o balanço da TIM foi a linha de depreciação e amortização. Ela ficou negativa em R$ 1,750 bilhão, resultado 5,8% menor na comparação anual. A melhora foi decorrente do desligamento de torres que a operadora fez após a absorção de ativos da Oi Móvel.

Outro ponto positivo foi a linha de imposto de renda, que teve um enxugamento de 76%, indo a R$ 26 milhões. A melhora se deve ao aumento na distribuição de juros sobre capital próprio e ao aproveitamento de benefícios fiscais.

Na contramão, o resultado financeiro (saldo entre receitas e despesas financeiras) normalizado gerou uma despesa que foi 28,6% maior na comparação anual, no valor de R$ 450 milhões. Um dos efeitos aí foi a atualização monetária de juros atrelados ao leilão do 5G, entre outros pontos.

Os custos operacionais normalizados aumentaram 6,2%, para R$ 3,125 bilhões. Apesar desse incremento, a TIM destacou que os custos subiram em um ritmo menor que o da receita líquida, abrindo espaço para ganho de margem.

A companhia reduziu em 6,1% seus investimentos, para R$ 1,292 bilhão, devido à menor alocação de recursos na infraestrutura de redes. O montante foi equivalente a 20,6% da receita líquida.

O fluxo livre de caixa saltou 128%, totalizando R$ 2,716 bilhões. Esta linha contou com a baixa do depósito judicial de R$ 317 milhões relacionada ao fim da disputa que pedia ajuste de preço pela aquisição da Oi Móvel.

A TIM terminou 2023 com dívida líquida de R$ 11,642 bilhões e alavancagem (medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda anualizado normalizado) de 1 vez.