FLORIANÓPOLIS, 26 JUN (ANSA) – O diretor de engenharia da TIM Brasil, Marco Di Costanzo, afirmou nesta quarta-feira (26) que não vê motivos para se aplicar restrições à operação da gigante de tecnologia chinesa Huawei, alvo de uma ofensiva do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.   

A declaração foi dada durante o lançamento de seu primeiro projeto-piloto de 5G sobre uma rede real no Brasil, em Florianópolis (SC). A instalação foi desenvolvida com tecnologia da Huawei, parceira de longa data da empresa, inclusive na Itália.   

“Estamos acompanhando com muito cuidado, claro, a Huawei é um parceiro tecnológico de longo prazo tanto da TIM quanto da Telecom Italia. Estamos acompanhando o que está acontecendo, mas por enquanto não tem nenhuma medida restritiva à Huawei”, disse Di Costanzo.   

Na semana passada, o chanceler Ernesto Araújo afirmou à revista Veja que o Itamaraty avalia possíveis restrições parciais ou totais à Huawei, embora o vice-presidente Hamilton Mourão já tenha dito que o governo não limitará a atuação da empresa chinesa.   

“Queremos entender melhor quais são os eventuais problemas, diante de uma perspectiva técnica, que podem ser identificados na tecnologia da Huawei. É um trabalho que precisa ser feito”, disse Araújo à Veja. A ofensiva dos EUA contra a empresa é parte da guerra comercial deflagrada por Trump contra a China, e o presidente alega “riscos à segurança nacional”.   

Pequim, por sua vez, acusa Washington de usar esse argumento como disfarce para um “protecionismo comercial”. “A Huawei já é nosso parceiro tecnológico no 2G, 3G e 4G. Não vejo hoje por que ter restrição da parte de cima a respeito do uso da tecnologia da Huawei”, salientou Di Costanzo.   

Além da Huawei, a TIM Brasil lançará projetos-piloto de 5G com a sueca Ericsson, em Santa Rita do Sapucaí (MG), e com a finlandesa Nokia, em Campina Grande (PB). As duas empresas já trabalharam com a Telecom Italia no desenvolvimento de redes de quinta geração em Turim e San Marino, respectivamente, enquanto a Huawei participou do projeto da operadora em Bari a Matera.   

(ANSA)