Tim Maia no teatro

Por Gustavo Autran Fotos Divulgação Aos 23 anos, Tiago Abravanel pesa 115 kg e, portanto, tem o ‘phsyque du rôle’ para encarnar o cantor Tim Maia no espetáculo ?Tim Maia ? Vale Tudo, O Musical?, que estreia hoje no Teatro Carlos Gomes, no Rio. Com os recursos de maquiagem e um arsenal de perucas, ele convence mais ainda na pele do síndico, conhecido tanto pelo imenso talento quanto por suas idiossincrasias. Mas o ator não conquistou o papel apenas por conta da aparência. Sua voz também tem potência e timbre que remetem ao maior ídolo da soul music nacional, que morreu em 1998, aos 56 anos. Dirigido por João Fonseca, o musical começa com o cantor passando mal no palco do Teatro Municipal, dia antes de morrer. Depois percorre passagens da vida do cantor, desde a sua infância, quando entregava marmitas, até sua ida para os Estados Unidos, de onde foi deportado, acusado de porte de drogas. Até conquistar o papel, Tiago concorreu com mais de quinze candidatos, mas conquistou o diretor logo na primeira audição. ?Pediram para eu cantar uma canção romântica, tipo mela-cueca, e outra mais suingada. Escolhi ?Eu Amo Você? e ?Não Quero Dinheiro?. Soube que o João nem gosta de ?Eu Amo Você? mas, apesar da escolha, saí confiante, sabia que tinha ido bem?. O ator, que é neto de Sílvio Santos, conversou com Gente horas antes da estreia. Confira. Você só tinha dez anos quando Tim Maia morreu, em 1998. Já ouvia o repertório do síndico? Na época eu era muito novo, ainda não tinha intimidade. Mas, aos dezesseis anos, já ouvia muito Tim Maia nas festinhas que eu ia. Quando começaram a me chamar para cantar em shows e eventos, sempre recorria ao repertório dele porque temos o timbre vocal bem parecido. Como conseguiu o papel no musical dirigido por João Fonseca? Uma amiga avisou sobre os testes e eu mandei meu material para a produtora de elenco Cissa Castelo. Fiquei desencanado e já na semana seguinte o produtor Sandro Chaim telefonou e me chamou para fazer o teste em São Paulo. Pediram para eu cantar uma canção romântica, tipo mela-cueca, e outra mais suingada. Escolhi ?Eu Amo Você? e ?Não Quero Dinheiro?. Soube que o João nem gosta de ?Eu Amo Você? mas, apesar da escolha, saí confiante, sabia que tinha ido bem. Três dias depois me ligaram. Senti o peso da responsabilidade de representar um artista conhecido em todo País, que foi muito autêntico e singular. Apesar da pouca idade, você já atuou em sete musicais. Como foi o seu começo? O primeiro espetáculo que fiz foi o musical infantil ?Avoar?, do Vladimir Capella, aos quinze anos. Mas minha mãe me levava para ver peças desde criança. Aos nove, quando ela entrou na administração do Teatro Imprensa, em São Paulo, foi que o bichinho do teatro me picou. Sempre gostei de cantar, mas só comecei a fazer aula aos dezoito anos, para aperfeiçoar a técnica. Seu avô (o empresário Silvio Santos) aprova a sua opção pela carreira artística? No início, ele ficou preocupado porque ele sabe como é ter uma vida pública. Mas temos uma relação superbacana e eu já tinha certeza de que era isso que eu queria. Hoje ele me apoia muito e assiste a todas as minhas peças.

O ator Tiago Abravanel, neto de Silvio Santos