O tigre-da-Tasmânia estava condenado à extinção muito antes de os humanos começarem a caçar esse marsupial australiano – anunciaram cientistas nesta terça-feira (12), acrescentando que seu DNA mostra que sofria problemas de saúde.
Os cientistas elaboraram um mapa do genoma do animal, também conhecido como lobo-da-Tasmânia, ou tilacino, usando-se os restos de um filhote guardados durante um século.
A pesquisa mostrou que a criatura começou a apresentar queda na diversidade genética há mais de 70.000 anos, o que o tornou menos resiliente às mudanças do entorno. Isso aconteceu antes da chegada do homem à Austrália, que remonta a cerca de 65.000 anos.
“Nossa esperança é que o tilacino possa nos dizer muito sobre os fundamentos genéticos que determinam a extinção, para poder ajudar outras espécies”, afirmou o biólogo Andrew Pask, da Universidade de Melbourne e coautor do estudo.
Pask acrescentou que os pesquisadores podem, algum dia, clonar o animal para trazê-lo à vida.
“Como este genoma é um dos mais completos para uma espécie extinta, isso é tecnicamente o primeiro passo para ‘recuperar o tilacino’, mas ainda estamos longe dessa possibilidade”, advertiu.
O animal já esteve, em algum momento, presente em toda Austrália. Uma seca ocorrida há 3.000 anos o confinou exclusivamente à zona da Tasmânia. Extinguiu-se em 1936, quando o último exemplar morreu em cativeiro.
De acordo com os cientistas, seu mapa genético está mais relacionado ao diabo-da-Tasmânia, outro tipo de marsupial australiano.