Enquanto andavam pelo Autódromo de Interlagos no final do The Town, os fãs estavam de olho nos shows desse ano e outro já na segunda edição, já confirmada para 2025. O Estadão andou pela plateia e fez a pergunta a quem foi lá conferir os shows do dia mais voltado ao rock, no sábado, 9, e ao pop, no domingo, 10. Por isso a lista foi variada.

São comuns comentários sobre as repetições e falta de ousadia nos festivais da família Medina, que faz o The Town e o Rock in Rio, na escolha dos artistas. No entanto, quando se conversa com a maior parte do público, fica mais fácil entender as escolhas. O povo tem seus preferidos, e não se importa muito de ver as figurinhas carimbadas.

“Red Hot Chili Peppers, por exemplo, é uma banda que cabe muito em um festival. Eles até vêm no final do ano, mas os ingressos esgotaram muito rápido e eles vão ter que segurar uma onda sozinhos. No festival seria outro esquema”, opina o montador cinematográfico Eduardo Cripa, de 33 anos. Para ele existe uma energia de festival que é muito característica e seria o diferencial da apresentação da banda.

“Para mim festival tem muito essa coisa de conhecer artista novo. Então faltou trazer umas surpresas que agradem o público e você saia falando”, diz a advogada Ana Pontes, de 28 anos sobre o primo paulista do Rock in Rio. “Um nome, por exemplo, que eu colocaria seria o The Kooks, uma banda inglesa que toca um pop meio indie (e veio ao festival Mita em 2023). Eles já vieram numa das primeiras edições do Lollapalooza, mas já estão com CD novo, músicas novas e casaria muito com a vibe daqui”, diz.

O rock alternativo foi muito pedido durante a caminhada. Nomes como Strokes, Radiohead, The Wombats e Cage The Elephant foram citados. Ed Sheeran também esteve entre os pedidos.

Claro que tem aqueles que sonham alto: “Quem eu queria mesmo era Beyoncé”, dia a analista de dados Isabela Costa, de 22 anos. O mais perto que ela chegou de ver a cantora americana foram as repetidas referências à ela nos shows do The Town: de Ludmila à Iza. “The Weekend também seria uma ideia legal para headliner. Artistas nessa pegada R&B é legal”, contenta-se.

Já sua amiga, Camila Zeron, de 23 anos, pede por mais pop. “Selena Gomez, Justin Bieber também. Ficaria dias na fila por eles.”

Os roqueiros, que lavaram a alma com o show de Foo Fighters, também fizeram os pedidos para as próximas edições. “AC/DC é meu grande sonho, falta no meu repertório”, conta Washington Oliveira, analista de TI de 46 anos. “Meu pai já era muito roqueiro, eu cresci ouvindo essas músicas, tive uma banda quando era moleque, então amo rock. Sempre amei. Queria muito ver mais bandas de rock em uma próxima edição”, diz ele. Marly, sua mulher, pede pelo Metallica.