The Offspring agita gerações de punk-rockers no Allianz Parque

Banda californiana se apresentou em São Paulo no sábado, 8, em show com formato de festival

Divulgação/@30ebr e @bmaisca
Dexter Holland e Kevin "Noodles" Wasserman Foto: Divulgação/@30ebr e @bmaisca

Mesmo com mais de 40 anos de história, o The Offspring segue surpreendendo fãs — em especial os brasileiros. Neste sábado, 8 de março, a banda californiana se apresentou pela turnê do álbum “Supercharged” em São Paulo, em um show nostálgico e cheio de clássicos certeiros da carreira.

A banda é composta por, mais do que músicos, artistas. Em especial o vocalista Dexter Holland e o guitarrista Kevin “Noodles” Wasserman, que a todo o tempo faziam gracinhas com o público — como quando afirmaram que aquela audiência seria “a melhor plateia que já existiu na história do rock ‘n’ roll” — e reafirmavam seu amor pelo Brasil. Não que isso seja necessário, afinal, o The Offspring recentemente lançou “Come To Brazil”, um ode aos fãs de terras tupiniquins.

O show começou com a energia elevada com uma sequência dos sucessos “All I Want”, “Come Out and Play” e “Want You Bad”. Depois de “Staring at the Sun”, a primeira surpresa: a banda performou o clássico punk “Mota” pela primeira vez desde 2019, o que levou os entusiastas do bate-cabeça à loucura e causou uma chuva de copos de plástico ao redor do mosh pit. Vale notar, ainda, o uso de pirotecnias como fogos de artifício e chuvas de papel picado ao longo de toda a apresentação.

Na sequência, “Come to Brazil”, uma versão enxuta de “Hit That”, “Original Prankster” e até mesmo covers de sucessos como “Seven Nation Army”, do The White Stripes, “Smoke On The Water”, do Deep Purple, e “Blitzkrieg Bop”, dos Ramones.

A segunda grata surpresa veio com a apresentação da dilacerante “Gone Away”, cuja versão original não era performada ao vivo desde 2020. Sucessos absolutos, “Why Don’t You Get a Job?”, “Pretty Fly (for a White Guy)”, “The Kids Aren’t Alright” e “Self Esteem” ficaram para o final.

Em um Allianz Parque lotado, foi possível ver paixão pelo punk passada de pai para filho: além de grupos de amigos, algumas famílias se reuniam na pista. Apesar de a plateia ter sido composta majoritariamente por homens na casa dos 40 a 50 anos, também não era incomum ver jovens de 20 e poucos anos curtindo as apresentações.

A banda agora se apresenta na Pedreira Paulo Leminski, em Curitiba, neste domingo, 9, e no Pepsi On Stage, em Porto Alegre, na terça-feira, 11.

Show morno de Sublime

Batizada de “Punk is Coming”, a noite no Allianz Parque contou com aberturas de Amyl and the Sniffers, The Warning, The Damned, Rise Against e Sublime. Este último, um dos mais esperados pelo público — ou, ao menos, era o que se podia concluir ao dar um rápido passeio pelo interior do estádio e observar a quantidade massiva de pessoas vestindo a camiseta da banda.

Na contramão das 13 faixas tocadas no show no Rio de Janeiro em 6 de março, o Sublime alongou a setlist e apresentou 21 músicas — mas deixando de fora sucessos como “Caress Me Down” e “Smoke Two Joints”.

O show começou forte com “Garden Grove”, “Wrong Way” e “April 29, 1992”, mas as músicas subsequentes não animaram o público até a chegada de “Doin’ Time”. O clássico foi seguido por “Romeo”, “What I Got”, com a participação de Noodles na guitarra, e “Boss DJ”, que foram bem recebidas pela plateia. Vale ressaltar que o vocalista Jakob Nowell enfrentou problemas de microfonia e som baixo ao longo de toda a apresentação.

Apesar dos problemas, uma performance final do sucesso “Santeria” mostrou a que veio o músico de 29 anos — cuja voz parece ser a reencarnação de seu pai, Bradley Nowell, falecido em 1996 vítima de overdose. Para a felicidade dos fãs, Jakob aceitou ocupar o lugar do progenitor nos vocais da banda e fez jus ao sobrenome que carrega na indústria musical.