Quando The Crown estreou sua primeira temporada em 2016, a produção original da Netflix trouxe a ousadia de unir o relato de inspiração histórica com um visual deslumbrante. Mas não foi só isso. A proposta era unir diferentes públicos, no interesse pela reconstituição da trama política da época e também pelos bastidores da realeza.

Não deu outra. No ano seguinte, a série levou os principais prêmios do ano com uma narrativa ainda remota: a jovem Lilibeth acatando o desafio de se tornar rainha da Inglaterra, no fim dos anos 1950.

A cada nova temporada, a fórmula do criador Peter Morgan se mostrou mais potente que nunca. The Crown conseguiu façanhas como trocar o elenco, na transição das décadas, e ainda garantir interpretações premiadas ao público, como a de Claire Foy e Olivia Colman, ambas no papel da regente.

Após três temporadas, é impossível não dizer que a série, que estreia neste domingo, 15, chegou trazendo uma das tramas mais aguardadas: a conturbada relação de Diana Spencer, a Lady Di, e a política devastadora da ex-primeira-ministra do Reino Unido, Margaret Thatcher.

A estreante do ano, a atriz Emma Corrin, está reluzente no papel da jovem aspirante a princesa – considerada uma criança para o solteirão e futuro marido Charles (Josh O’Connor). No campo político, Gillian Anderson chega com o desafio de trazer mais uma mulher forte ao elenco: Margaret Thatcher.

Como se fosse impossível, a atriz traz um registro de interpretação diverso de Meryl Streep, no filme A Dama de Ferro, e mostra uma primeira-ministra ainda às descobertas de seu ofício – e do terror que podia provocar em adversários e aliados. A insatisfação com o time de ministros é o primeiro ruído que desperta a força de uma mulher decidida sobre suas reformas impopulares.

Sobre o desemprego que assola o país, a série traz um episódio sobre o caso real de Michael Fagan, o homem que invadiu o quarto da rainha, em 1982. É dele que Elizabeth II vai escutar os principais impactos da política de desastre de Thatcher na vida do povo inglês.

Os moradores do palácio também vão se desencantar com a natureza da coisa real. A temporada resgata a história de Nerissa e Katherine Bowes-Lyon, primas renegadas de Elizabeth II, um caso de raízes profanas, para não dizer, eugenistas. Consideradas mortas segundo a árvore genealógica da realeza, as irmãs estavam internadas em um hospital psiquiátrico desde 1941. Elas nunca receberam a visita da família.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.