O vereador de São Paulo Thammy Miranda (PL-SP) virou assunto nas redes sociais nesta quinta-feira, 4, após divulgação de que votou favorável à abertura da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das ONGs, que tem como um dos alvos o padre Júlio Lancellotti.

Arquidiocese de SP defende atuação do padre Júlio Lancellotti e se diz ‘perplexa’ com CPI

Em entrevista à ISTOÉ, o parlamentar frisou que o nome do religioso não foi citado no texto de justificativa para o início da CPI. “O que havia no requerimento era para observar o que acontece no entorno do Centro de São Paulo, como é a segurança para as pessoas que residem ali, como os usuários de drogas são tratados e como está a questão da educação e saúde mental. Se tivesse explícito que a intenção é investigar o padre, eu jamais teria apoiado”.

Mesmo assim, o vereador disse que “não se trata de uma questão de me arrepender (do voto), eu simplesmente não teria feito. O projeto afirma que deseja apurar a região central e também a questão da Cracolândia”.

Por conta disso, Thammy afirmou que entrou com um requerimento para retirar o seu apoio. “Eu e outros parlamentares fizemos isso por termos nos sentido enganados. O que está acontecendo é alguém usando isso (CPI) para se promover politicamente e acaba respingando em outros vereadores”, completou.

À ISTOÉ, o parlamentar afirmou que conversou com o padre Júlio Lancellotti após o ocorrido. “Não nos desentendemos em nenhum momento, muito pelo contrário. Inclusive ele falou que está muito triste com a forma pela qual as pessoas estão tratando a situação, porque ele sabe que eu não tinha conhecimento de que iriam usar o nome dele (na CPI das ONGs)”, acrescentou.

O que é a CPI?

De iniciativa do vereador Rubinho Nunes (União Brasil – SP), a CPI das ONGs tem como alvos principais duas entidades que realizam trabalho comunitário destinado à população em situação de rua e usuários de drogas. São elas: Bompar (Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto) e o coletivo Craco Resiste.

O parlamentar acusa o padre Júlio Lancellotti de fazer parcerias com elas. Nas redes sociais, o religioso negou qualquer relação e disse que “a atividade (exercida pela) Pastoral de Rua é uma ação pastoral da Arquidiocese de São Paulo, que por sua vez, não se encontra vinculada de nenhuma forma, as atividades que constituem o objetivo do requerimento aprovado para criação da CPI em questão”.

Mesmo assim, o vereador Rubinho Nunes escreveu em perfil no X (antigo Twitter) que “o padre Júlio Lancellotti não é um padre. Ele é um servo do petismo. Ele e muitos outros lucram politicamente com o caos instaurado na Cracolândia. A CPI que estou instaurando na Câmara Municipal de SP vai investigar toda essa ‘máfia da miséria’ que se perpetua no poder através de ONGs esquerdistas”.