O atrito entre o dono da SAF do Botafogo, John Textor, e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ganhou mais um capítulo nesta sexta-feira. O dirigente emitiu uma nota oficial na qual explica se sentir desafiado por pessoas “em posição de poder” e promete “botar fogo” no futebol brasileiro, em nítida indireta à entidade, que afirmou a intenção de processá-lo por causa das declarações concedidas após a derrota do Botafogo para o Palmeiras por 4 a 3, na última quarta-feira, no Engenhão, no Rio de Janeiro, pela 31ª rodada do Brasileirão.

“Nossas ambições são claras pelo nosso nome… Botafogo. Eu profunda e apaixonadamente invisto nas comunidades as quais eu sirvo. Meu amor pelas pessoas do Brasil cresce forte a cada abraço. Eu fui convidado aqui, por pessoas sábias no nosso governo, para ajudar a trazer mudança para o bonito jogo do Brasil e eu não vou recuar quando desafiado por pessoas em posição de poder que vão fazer de tudo, e falar de tudo, para se prender ao poder. Nós somos Botafogo. Eu estou aqui para botar fogo”, disse Textor.

Esse atrito começou há duas semanas, quando a CBF adiou o confronto entre Fortaleza e Botafogo, que seria realizado no dia 23 de outubro, uma terça-feira. O adiamento ocorreu por uma sucessão de fatos. O time carioca havia entrado em campo três dias antes, em um sábado, para enfrentar o Athletico-PR, mas problemas na energia do Engenhão fizeram com que o jogo fosse terminado apenas no domingo.

Mesmo assim, o Botafogo queria jogar contra o Fortaleza na terça por entender que seria beneficiado por enfrentar um rival com reservas – o time cearense estava se preparando para a decisão da Copa Sul-Americana. A CBF, no entanto, não concedeu o pedido e confirmou o adiamento do embate, a ser disputado no dia 23 de novembro (quinta-feira).

O Botafogo não engoliu a decisão e viu os ânimos se inflamarem novamente no duelo direto pelo título do Brasileirão, frente ao Palmeiras. O time carioca reclama da expulsão de Adryelson. Na ocasião, vencia por 3 a 1, mas entende que o atleta não deveria ter recebido o cartão vermelho no lance com Breno Lopes, aos 30 minutos do segundo tempo.

Com um a mais, o Botafogo acabou sendo dominado pelo Palmeiras, que virou o placar por 4 a 3 já no último lance da partida. Textor, assim como outros dirigentes do clube, entrou em campo revoltado com a arbitragem e chegou a pedir a renúncia de Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF. Em contrapartida, a entidade prometeu processar o dirigente pelas declarações.

Revoltado, ou não, com a situação, o Botafogo continua na liderança do Brasileirão, com 59 pontos, três a mais do que o Palmeiras, que tem um jogo a mais. O próximo desafio é diante do Vasco, na segunda-feira, às 19h, em São Januário, no Rio de Janeiro, pela 32ª rodada do Brasileirão.