Parte do teto da estação Osasco, da linha 9-Esmeralda da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), desabou nesta quarta-feira, 4, por causa do peso da água da chuva que caiu na Grande São Paulo durante a tarde. Ninguém ficou ferido ou foi atingido, de acordo com a ViaMobilidade, concessionária que administra a linha.

Em nota, a empresa afirma que não havia circulação de passageiros no local do acidente, e que a área foi isolada para um trabalho de manutenção do espaço.

“Por volta de 16h40, uma parte do forro de gesso do teto da Estação Osasco, da Linha 9-Esmeralda, cedeu por conta do peso da água da chuva. Não havia circulação de passageiros no local, que foi isolado imediatamente. Equipe de manutenção da ViaMobilidade realiza manutenção no espaço, que não oferece risco aos clientes”, informou a concessionária em nota.

A Linha 9-Esmeralda passou recentemente por outro problema. Na terça-feira, 3, uma falha no sistema elétrico da via causou uma paralisação de cerca de 27 horas no modal, e parte dos trechos só funcionou por uma via. As operações só foram normalizadas às 17h22 desta quarta.

A concessionária abriu boletim de ocorrência no 27º Distrito Policial (Campo Belo) para investigação de suposto vandalismo na região onde ocorreu a falha. No documento, obtido pelo Estadão, consta que Rafael Custódio de Sá, que se apresentou como gerente de engenharia da parte elétrica da ViaMobilidade, relatou que, quando chegou à Estação Pinheiros, notou que a rede aérea estava “consideravelmente danificada e de uma forma anormal para o sistema, tendo em vista a extensão muito grande”.

A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) disse que a equipe do 27º Distrito Policial identificou “sinais de vandalismo em três pontos”, e apontou que houve o furto de um dispositivo que faz o redirecionamento da composição na linha férrea na região de Interlagos. “Um inquérito policial foi instaurado e todas hipóteses são apuradas. Exames periciais estão em elaboração para auxiliar nas investigações”, informou a pasta, em nota.

A falha na linha concedida ocorreu no mesmo dia da greve convocada por sindicatos de funcionários da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), do Metrô e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

As categorias cruzaram os braços durante 24 horas em protesto contra o plano de desestatizar serviços operados pelas empresas públicas, uma das bandeiras da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos). Os grevistas descumpriram decisão da Justiça do Trabalho, que previa operação de 100% dos serviços em horários de pico. O abastecimento de água não teve interrupções.

Os sindicalistas alegam que a entrega da operação ao sistema privado pode tornar os serviços mais caros e com pior qualidade. O grupo cita, como argumento, falhas frequentes, como lentidão e descarrilamentos, justamente nas linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, ambas administradas pela ViaMobilidade.

Os problemas levaram ao aumento de reclamação dos usuários do transporte e até investigação por parte do Ministério Público. A ViaMobilidade, consórcio que assumiu as linhas, tem afirmado fazer obras de melhorias e colocado novos trens em operação.

Tarcísio afirmou na terça que não vai abandonar os planos de passar a gestão das linhas para a iniciativa privada e classificou o movimento como “político”. Disse ainda que os projetos de desestatização serão amplamente discutidos com a sociedade e elogiou o trabalho da ViaMobilidade por garantir o funcionamento dos trens em dias de greve.

“Justamente são as linhas concedidas que estão operando. Isso só reforça que estamos na direção certa”, disse o governador antes de a ViaMobilidade anunciar o problema elétrico da Linha 9-Esmeralda.