A Justiça concedeu nesta quarta-feira, 7, liberdade provisória aos cinco suspeitos presos no caso do suposto ritual satânico envolvendo o esquartejamento de duas crianças em Novo Hamburgo, na região do Vale dos Sinos, no Rio Grande do Sul. A decisão da juíza Angela Roberta Paps Duquerque, da Vara do Júri da Comarca de Novo Hamburgo, ainda revogou os pedidos de prisão preventiva de outras duas pessoas que eram consideradas foragidas.

O pedido de soltura havia sido feito pelo delegado titular do inquérito, Rogério Baggio, com parecer favorável do Ministério Público.

“O fato é que a partir de agora a investigação toda volta ao zero. O que nós tínhamos até aquele momento é uma farsa. As testemunhas que fizeram aqueles depoimentos mentiram e mentiram com riquezas de detalhes”, afirmou o delegado. “Eu, em nome da Polícia Civil, a partir que tive conhecimento dos fatos, imediatamente, fiz um pedido de liberdade.”

De acordo com Baggio, o primeiro depoimento seria de uma testemunha que afirmou ter presenciado parte do ritual satânico em um templo localizado em Morungava, área rural do município de Gravataí.

“Ela afirmou que havia esquecido o casaco no local e retornou ao templo. Essa pessoa reconheceu sete dos envolvidos, supostamente criminosos, e hoje já se sabe que são inocentes”, explicou.

Segundo o delegado, a testemunha que deu depoimento com riqueza de detalhes foi induzida por moradia, proteção policial e salário do Programa Estadual de Proteção, Auxílio e Assistência de Testemunhas Ameaçadas (Protege).

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Na manhã desta quarta, agentes da Polícia Civil prenderam em São Leopoldo outra pessoa suspeita de ter ligação com o caso. Conforme Baggio, o detido será peça fundamental para ajudar a esclarecer os motivos do crime, pois ele teria orientado o próprio filho a mentir em depoimento à polícia, para corroborar com sua versão.

Já a terceira testemunha também teria relação próxima ao preso desta manhã. Todas as testemunhas que mentiram serão indiciadas por denúncia caluniosa.

O delegado Baggio ressaltou ainda não saber oficialmente a nacionalidade das crianças esquartejadas. No inquérito, havia a hipótese de que as crianças fossem argentinas.


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