SÃO PAULO, 30 MAR (ANSA) – O imunologista italiano Roberto Burioni anunciou nesta segunda-feira (30) que testes em laboratório com um antigo remédio usado contra a malária apresentaram resultados positivos na prevenção contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2).   

De acordo com um texto publicado no site Medical Facts, o experimento foi conduzido no Hospital San Raffaele, em Milão, com o Plaquenil, nome comercial de um medicamento à base de hidroxicloroquina.   

No artigo, Burioni explica que, em 2005, pesquisadores americanos descobriram que o Plaquenil produzia uma “forte atividade antiviral” contra o coronavírus responsável pela síndrome respiratória aguda grave (Sars), bastante semelhante ao Sars-CoV-2.   

“Naturalmente, quando surgiu esse novo vírus, primo daquele da Sars, muitos pensaram em usar o Plaquenil para curar a infecção.   

A eficácia desta terapia ainda não está clara, bem como os mecanismos por meio dos quais o Plaquenil afeta a replicação viral. Como fazer testes em humanos é mais complicado, muitos pesquisadores pensaram em estudar o efeito do Plaquenil sobre o novo coronavírus em laboratório, inclusive nós”, disse o imunologista.   

No estudo, a equipe do Hospital San Raffaele fez o vírus se replicar em laboratório e administrou o remédio em três situações: depois da infecção das células; antes do contágio; e antes e depois da ação do vírus. Segundo Burioni, o resultado positivo apareceu na terceira hipótese.   

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“É um dado muito interessante. Para bloquear o vírus, é preciso usar o Plaquenil antes e depois da infecção. […] Os dados que obtivemos sugerem que um experimento clínico deve ser feito administrando o fármaco não apenas quando o paciente já está mal, mas sim antes da infecção em indivíduos de maior risco”, diz Burioni.   

Em alguns países, como o Brasil, por exemplo, a cloroquina e a hidroxicloroquina têm sido testadas em pacientes em estado grave. Burioni, no entanto, encerra o texto fazendo um alerta: “Não corram para comprar o Plaquenil e não o tomem de qualquer jeito. Se, por um lado, a eficácia ainda não é certa, os efeitos colaterais do remédio são possíveis”, disse. (ANSA)


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