Tesouro: Governo Central tem déficit de R$ 40,6 bi em maio, abaixo da mediana das projeções

As contas do Governo Central registraram déficit primário em maio. No mês, a diferença entre as receitas e as despesas ficou negativa em R$ 40,621 bilhões. O resultado sucedeu o superávit de R$ 17,782 bilhões em abril.

O saldo em maio, que reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, foi o melhor desempenho em termos reais para o mês desde 2021 a série histórica do Tesouro foi iniciada em 1997. Em maio de 2024, o resultado havia sido negativo em R$ 60,408 bilhões, em valores nominais.

O resultado do quinto mês do ano veio abaixo da mediana das estimativas das instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, que era de déficit primário de R$ 42,135 bilhões. O intervalo das estimativas, todas de déficit, variavam de R$ 75,2 bilhões a R$ 31,837 bilhões.

No acumulado do ano até maio, o Governo Central registrou superávit de R$ 32,198 bilhões, o melhor resultado desde 2022. Em igual período do ano passado, esse mesmo resultado era positivo em R$ 28,652 bilhões, em termos nominais.

Em maio, as receitas totais tiveram alta de 4,7% em relação a igual mês do ano passado. No acumulado, houve alta real de 3,6%. Já as despesas tiveram queda de 7,6% em maio, já descontada a inflação, em comparação com o mesmo período do ano passado. No acumulado destes cinco meses, a despesa total apresentou diminuição 3,3%.

Em 12 meses até maio, o Governo Central apresenta superávit de R$ 18,1 bilhões, equivalente a 0,15% do PIB . Desde janeiro de 2024, o Tesouro passou a informar a relação entre o volume de despesas sobre o PIB, uma vez que o arcabouço fiscal busca a estabilização dos gastos públicos. No acumulado dos últimos 12 meses até maio, as despesas obrigatórias somaram 16,8% em relação ao PIB, enquanto as discricionárias do Executivo alcançaram 1,44% em relação ao PIB no mesmo período.

Para 2025, o governo almeja um resultado primário neutro (0% do PIB), permitindo uma variação de 0,25 ponto porcentual para mais ou para menos, conforme estabelecido no arcabouço. O limite seria um déficit de até R$ 31 bilhões. O limite de despesas para 2025 é fixo em R$ 2,249 trilhões neste ano.