O Tesouro Nacional emitiu nesta terça-feira, 3, cerca de US$ 3 bilhões em títulos do Global 2028. O papel, com vencimento em 13 de janeiro de 2028, foi colocado em mercado com spread de 235 pontos-base acima do título do Tesouro norte-americano, a Treasury. Como mostrou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, mais cedo, esse era o piso do objetivo do governo.

Esse é um novo papel com prazo de referência (benchmark) de 10 anos. O benchmark anterior de 10 anos (Global 2026) ficou ultrapassado. Apesar do aumento de dois anos no prazo, o governo obteve uma taxa melhor, de 4,675% ao ano de retorno para o investidor. O Global 2026 havia registrado taxa de 5,00% em sua reabertura em março deste ano, com spread de 248,4 pontos-base em relação à Treasury.

Apesar das incertezas políticas em torno da votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, a operação desta terça acontece num momento mais favorável para a economia brasileira com indicadores apontando a retomada do crescimento. Propositadamente, o Tesouro esperou a ida de empresas brasileiras ao mercado externo em setembro (tradicionalmente o melhor mês para captações), entre elas a Petrobras, para fazer a segunda emissão soberana do País em 2017.

Segundo apurou o Broadcast, a demanda superou “em algumas vezes” o volume total da emissão externa, um indicativo das boas condições do mercado. A emissão foi lançada logo cedo para aproveitar o mercado europeu aberto.

A operação do Tesouro permitiu várias opções aos investidores: comprar apenas o Global 2028 e pagar em dinheiro, comprar o novo papel e pagar em títulos antigos do Brasil ou apenas vender esses papéis antigos. O Tesouro incluiu uma lista de 10 títulos que têm prazos mais curtos e cupom de juros mais altos que serão aceitos na operação de gerenciamento de passivos.

De acordo com o Tesouro Nacional, o saldo final é de US$ 1,5 bilhão em títulos do Global 2028 emitidos mediante pagamento em dinheiro. Outro US$ 1,5 bilhão foi emitido mediante troca pelos títulos elegíveis. A liquidação financeira ocorrerá em 13 de outubro de 2017.

A emissão foi liderada pelos bancos Deutsche Bank, Itau BBA e Santander e foi colocada ao preço de 99,603% do valor de face. O título possui cupom de juros de 4,625% ao ano, que serão pagos nos dias 13 de janeiro e 13 de julho de cada ano.

Recompra

Segundo apurou o Broadcast, o volume da recompra dos títulos elegíveis listados pelo Tesouro foi superior a US$ 1,5 bilhão. Isso porque parte dos investidores quis apenas se desfazer dos papéis antigos, sem comprar o Global 2028. Para liquidar essas operações, o governo pode inclusive usar uma parcela dos recursos recebidos em dinheiro na emissão do novo papel. O balanço oficial da operação de recompra, no entanto, só deve ser publicado na semana que vem.

A fonte destacou, no entanto, que a procura do investidor que queria trocar o papel antigo pelo Global 2028 foi maior do que a demanda apenas pela operação de recompra.