O Tesouro britânico se somou nesta segunda-feira às advertências sobre as consequências catastróficas da saída do Reino Unido da União Europeia ao prever um ano de recessão.

Em um relatório publicado a exatamente um mês do referendo de 23 de junho, o ministério das Finanças afirma que “a economia britânica afundaria em uma recessão de um ano”.

O ministro George Osborne pronunciou um discurso com os resultados do informe no qual advertiu que os salários médios cairiam 800 libras com a saída, o Produto Interno Bruto perderia de 3,6% a 6% e a dívida aumentaria em 39 bilhões de libras.

Decidir deixar a UE seria escolher “a opção da autodestruição”, disse Osborne.

Além disso seriam perdidos de 520.000 a 820.000 empregos, a libra se desvalorizaria entre 12% e 15% e o valor das casas cairia entre 10% e 18%.

“Os britânicos devem se fazer esta pergunta: podemos nos permitir votar conscientemente a favor de uma recessão?”, lançou Osborne.

O FMI (Fundo Monetário Internacional), a OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos) e o Banco da Inglaterra publicaram informes sobre a possível saída da UE e suas conclusões foram similares às do Tesouro.

Os partidários da saída da UE afirmam que estas conclusões formam parte de uma estratégia para gerar medo nos eleitores.

Iain Duncan Smith, que foi ministro do Trabalho e Aposentadorias no governo do primeiro-ministro David Cameron, e portanto companheiro de Osborne, disse que o informe reflete “uma visão profundamente tendenciosa” e ninguém “deveria acreditar nisso”.

Duncan Smith lembrou que o Tesouro errou outras vezes em suas previsões e que deveria ter dedicado uma análise aos potenciais benefícios da saída.

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