PARIS, 29 JUN (ANSA) – O franco-marroquino Salah Abdeslam, único sobrevivente entre os autores materiais dos atentados terroristas de 13 de novembro de 2015, em Paris, foi condenado à prisão perpétua sem possibilidade de reduções ou descontos em sua pena.   

A sentença foi anunciada nesta quarta-feira (29) após o megaprocesso na cidade francesa e é considerada a mais grave no país, sendo imposta para apenas quatro réus na história, e definida como a “pena de morte social”.   

Abdeslam, 32 anos, foi condenado à pena máxima exatamente como solicitado pela acusação, a procuradoria nacional antiterrorismo. A condenação, muito rara na França, impossibilita qualquer possibilidade de libertação.   

Durante a leitura da condenação, o juiz confirmou que 19 dos 20 acusados foram considerados culpados. Eles são acusados de envolvimento no planejamento dos ataques, sendo que seis são julgados em contumácia, uma vez que teriam fugido para o Oriente Médio.   

Os réus tiveram uma última chance de se pronunciar diante dos juízes antes do veredito. Em sua declaração final, Abdeslam reafirmou ter cometido “erros”, mas disse que não é um “assassino”.   

“Se me condenarem por homicídio, cometerão uma injustiça”, acrescentou o réu, que no início do processo, em setembro de 2021, se apresentara orgulhosamente como “combatente do Estado Islâmico” (EI).   

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No entanto, durante o julgamento, Abdeslam abandonou essa postura e pediu desculpas a “todas as vítimas”. “Peço hoje a vocês que me odeiem com moderação”, disse o jihadista em uma audiência no dia 15 de abril.   

O réu participou ativamente dos atentados, mas, ao contrário de seus comparsas naquela noite, não detonou o próprio corpo como estava planejado e acabou preso. Os atentados de 13 de novembro deixaram 130 mortos na casa de shows Bataclan, em bares e restaurantes do 10º e do 11º arrondissements de Paris e nos arredores do Stade de France, em Saint-Denis, cidade satélite da capital francesa. Reivindicados pelo EI, os ataques foram uma reação aos bombardeios da coalizão internacional liderada pelos EUA contra o grupo jihadista na Síria e no Iraque. (ANSA)


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