PARIS, 12 JUL (ANSA) – O terrorista Salah Abdeslam e outros 19 condenados por envolvimento nos atentados de 13 de novembro de 2015, em Paris, decidiram não recorrer contra suas sentenças, que agora se tornam definitivas.   

“Nenhum dos 20 réus apresentou recurso”, anunciou nesta terça-feira (12) o procurador-geral da Corte de Apelação de Paris, Rémy Heitz, confirmando que não haverá um processo em segunda instância.   

O prazo de 10 dias para recurso terminou à meia-noite desta terça, mas, segundo os advogados de Abdeslam, Olivia Ronen e Martin Vettes, a decisão de não recorrer “não significa que ele concorde com a pena de prisão perpétua, mas sim que ele está resignado”.   

O franco-marroquino é o único sobrevivente entre os autores materiais dos atentados de 13 de novembro e foi condenado à pena mais dura prevista pela legislação francesa: prisão perpétua sem possibilidade de descontos. Apelidada de “morte social”, essa sentença só havia sido aplicada a outros quatro réus na França.   

Abdeslam participou ativamente dos atentados, mas, ao contrário de seus comparsas naquela noite, não detonou o próprio corpo como estava planejado e acabou preso.   

“Eu não me arrependo. Não matei aquelas pessoas e não morri”, declarou o terrorista ao ser questionado durante o julgamento se sentia-se arrependido de “não ter tido coragem de ir até o fim”.   

O Ministério Público, no entanto, alega que os explosivos amarrados ao corpo do franco-marroquino falharam, impedindo que ele se suicidasse. Os outros 19 réus foram condenados por envolvimento no planejamento dos ataques, sendo que seis foram julgados em contumácia.   

Reivindicados pelo Estado Islâmico (EI), os atentados de 13 de novembro deixaram 130 mortos na casa de shows Bataclan, em bares e restaurantes do 10º e do 11º arrondissements de Paris e nos arredores do Stade de France, em Saint-Denis, cidade satélite da capital francesa. (ANSA).