Terremotos no Brasil são possíveis? Tremores já causaram morte; entenda

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Alerta falso recebido por diversos celulares de São Paulo e Rio de Janeiro durante a madrugada Foto: reprodução

Os terremotos não costumam fazer parte das preocupações dos brasileiros, sendo um fenômeno mais frequente em zonas de instabilidade tectônica. É compreensível, assim, o estranhamento causado pelo alerta de abalo sísmico recebido por diversos celulares de São Paulo e Rio de Janeiro na madrugada desta sexta-feira, 14.

Logo foi esclarecido pela empresa Google que tratou-se de um alarme falso, e a companhia, ao se desculpar pelo ocorrido, avisou que irá desligar o sistema de identificação de tremores no Brasil.

Apesar do sinal errôneo, a dúvida sobre a possibilidade de um abalo sísmico em terras tupiniquins ressurgiu, já que o que aparentava ser “consenso” pode não ser uma verdade absoluta.

Segundo informa o Serviço Geológico do Brasil (SGB), o território brasileiro não está imune a fenômenos sísmicos, como muitos pensam. No entanto, é menos propício a registrar terremotos de magnitude elevada. Isso porque o país está localizado no interior da Placa Sul-Americana, em que não há convergência entre placas tectônicas – ou seja, uma região longe das bordas, onde os blocos sólidos que formam a crosta terrestre não se colidem.

Porém, esse fato não impediu que o Brasil registrasse alguns tremores ao longo dos anos, assinalando, inclusive, a morte de uma pessoa em 2007. Na ocasião, uma menina de 5 anos faleceu após a parede de sua casa, em Itacarambi (MG), desabar. O abalo teria chegado a marcar 4,9 pontos na escala Richter. Foi a única morte registrada no país causada diretamente por terremoto.

Frequência e intensidade

Especialistas da SGB explicam que terremotos acontecem no Brasil o tempo todo, mas a magnitude costuma ser tão pequena que é praticamente impossível senti-los. O maior abalo já ocorrido no país aconteceu na região da Serra do Tombador, em Mato Grosso, em 31 de janeiro de 1955 – com 6,2 graus na Escala Richter.

A Escala Richter é uma forma de medir a intensidade de um tremor, assim como seu potencial destrutivo. Mesmo que as medidas convencionais sejam de zero a 10, não há mínimo ou máximo. O nível é calculado por sismógrafos e cada progressão indica uma liberação de energia 10 vezes maior que a antecedente.

Os tremores das terras brasileiras costumam, na verdade, ser reflexos de terremotos com epicentros em outras localidades próximas – como Chile, Peru e Equador, que enfrentam maior instabilidade tectônica. Outro motivo comum é a existência de rachaduras e pequenas falhas nos blocos da crosta, o que pode gerar algum tipo de abalo sísmico.