O mortífero terremoto que sacudiu o Equador há dois meses, devastando populações costeiras e causando prejuízos de 3,3 bilhões de dólares, foi seguido por 1.896 tremores secundários, informou o governo na quinta-feira, ao mesmo tempo em que renovou o estado de exceção devido ao sismo.

“Temos um total de 1.896 tremores secundários desde o sismo de 16 de abril”, afirmou o Instituto Geofísico de Quito, que acrescentou que os abalos atingiram até 6,8 graus de magnitude.

Há dois meses, o terremoto de magnitude 7,8 deixou 673 mortos, nove desaparecidos e 6.274 feridos. Além disso, 28.775 pessoas tiveram que se mudar para abrigos, e 6.998 edificações foram destruídas, de acordo com o presidente Rafael Correa.

O fenômeno natural, que atingiu principalmente a província de Manabí, no oeste do país, ocorreu em um sábado. Socorristas estimam que o número de vítimas teria sido maior se o tremor tivesse acontecido em um dia útil.

“Hoje se completam dois meses daquele sismo que estremeceu a terra e a história do país. Estamos trabalhando em Manabí e, ao ver o espírito do seu povo, apesar dos momentos duros, não me resta a menor dúvida de que seguiremos em frente”, afirmou Correa na quinta-feira através da sua conta de Twitter.

Na província, o presidente visitou um hospital, uma escola e um projeto de moradia impulsado dentro de um plano de reconstrução.

Correa estendeu por mais 30 dias o estado de exceção decretado em 16 de abril para as seis províncias afetadas pelo terremoto.

A Constituição equatoriana estabelece que o estado de exceção pode ser decretado por até 60 dias e renovado por mais trinta, e dá poderes ao presidente como o de ordenar a arrecadação antecipada de impostos e de utilizar fundos públicos destinados a outros fins, exceto os da saúde e da educação.

O Equador vai precisar de mais de 3,3 bilhões de dólares para obras de reconstrução, o que pode causar uma queda de 0,7 pontos percentuais no PIB estimado inicialmente para 2016 em 1%.

O terremoto recente no Equador é o terceiro mais mortal dos últimos 15 anos na América Latina, atrás do sismo que atingiu o Haiti, em janeiro de 2010, com entre 200.000 e 250.000 mortos, e dos dois que sacudiram El Salvador, em janeiro e fevereiro de 2001, com 1.142 vítimas.

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