SANTIAGO, 16 DEZ (ANSA) – As terras secas cobrem quase 545 milhões de hectares na América do Sul, o que equivale a 31% do total da superfície terrestre da região e a 9% das zonas áridas do mundo.   

Os números estão no primeiro estudo global sobre terras secas, divulgado na semana passada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). Chamado “Árvores, florestas e o uso da terra em áreas secas”, o relatório apresenta as diretrizes para o monitoramento futuro dessas zonas e ajuda os países nos esforços de identificar ações apropriadas para a restauração e o manejo sustentável do solo.   

“As terras secas não são terrenos baldios, mas sim paisagens produtivas com considerável potencial econômico e valor ambiental”, diz o estudo da FAO. Essas áreas abrigam aproximadamente 2 bilhões de pessoas no mundo e mais de um terço dos pontos críticos de biodiversidade.   

“O bosque seco da América do Sul é menos conhecido que a selva tropical, mas 30% da população dessa sub-região vive em terras secas. Além disso, a biodiversidade que se encontra ali é fundamental para fazer frente às mudanças climáticas, principalmente aquelas associadas à escassez de água”, disse Hivy Ortiz, oficial florestal da FAO para a América Latina.   

Entre os principais bosques secos do subcontinente estão o de Tumbes-Piura, no sul do Equador e no noroeste do Peru; o de Tumbes-Chocó-Magdalena, que atravessa Colômbia, Equador e Peru; e os vales colombianos de Patía, Magdalena e Cauca.   

Segundo a FAO, 3,8% da cobertura florestal em terras secas na América do Sul desapareceu entre 2001 e 2010, principalmente “devido ao cultivo de soja e à criação de gado”. (ANSA)