São Paulo, 16 – O Cerrado brasileiro ainda possui 49,4% de vegetação natural primária. Além disso, 28,9% do bioma é ocupado por pastagens e 4,7% por vegetação natural florestal secundária. Estes dados são do mapeamento TerraClass Cerrado 2018, projeto elaborado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em parceria com a Embrapa.
Conforme nota da Embrapa sobre o estudo, entre 2013 e 2018 76% das terras destinadas à agricultura se mantiveram como áreas consolidadas e estáveis. No caso da agricultura temporária de dois ciclos (cultivo de grãos, por exemplo, com duas safras na mesma área), os dados mostram que, em 2018, 77% dessas atividades ocorreram sobre terras já consolidadas de agricultura, 14% sobre áreas de pastagens e 5% sobre áreas naturais.
Ainda segundo a pesquisa, a estabilidade da área das pastagens no período representa aproximadamente 29% da área total. A constatação dessa estabilidade, associada à expansão da área de agricultura temporária sobre as pastagens, indica que houve um deslocamento de parte das pastagens para outras classes de uso e cobertura de 2013.
Para a diretora do Departamento de Produção Sustentável e Irrigação do Ministério da Agricultura, Mariane Crespolini dos Santos, “a disponibilidade de uma ferramenta tecnológica capaz de mapear e quantificar o quanto de área degradada, com baixa produtividade, se transformou em área produtiva é um grande passo para o Brasil”.
Na nota da Embrapa, ela explica que o TerraClass soma-se a outras tecnologias, como o Pronasolos e o Cadastro Ambiental Rural (CAR) dinamizado, disponíveis para a sociedade em geral, que compõem um leque de ferramentas de diagnóstico e elaboração de estratégias de curto, médio e longo prazo. “Vejo um oportuno uso para fortalecer políticas públicas, como o ABC+ e o Programa Águas do Agro”, comenta a diretora.