23/10/2020 - 8:58
SANTIAGO DO CHILE, 23 OUT (ANSA) – Terminou à meia-noite desta sexta-feira (23) a campanha eleitoral para o plebiscito sobre a reforma da Constituição do Chile, que será realizado no próximo domingo (25), cerca de um ano depois dos protestos que chacoalharam o país mais estável da América do Sul.
Daqui a dois dias, os chilenos dirão se querem ou não reescrever sua atual Carta Magna, que foi imposta pela ditadura militar de Augusto Pinochet em 1980.
A oposição, que defende uma nova Constituição, concluiu sua campanha com dois comícios: um em frente ao Palácio de la Moneda, sede da Presidência, reunindo as principais forças de centro-esquerda; e outro na Plaza Itália, palco das manifestações de um ano atrás, com o Partido Comunista e sindicatos.
Já os apoiadores do “não” se reuniram no bairro de Providencia, em Santiago, onde acolheram uma caravana de automóveis que havia partido cinco dias antes de Puerto Montt, distante mais de mil quilômetros da capital.
No plebiscito de domingo, os chilenos terão de responder a duas perguntas. A primeira é se querem ou não reescrever a Carta Magna por meio de uma Assembleia Constituinte. Já a segunda diz respeito ao método de formação desse órgão: as alternativas são a convocação de uma assembleia com 100% dos integrantes dedicados a esse fim ou um sistema formado por 50% de parlamentares atuais e 50% de constituintes.
Nos dois casos, a eleição aconteceria em 11 de abril de 2021. As pesquisas de intenção de voto mostram um apoio avassalador à reforma da Constituição (cerca de 80%) e à convocação de uma Constituinte exclusiva (aproximadamente 60%).
As manifestações de outubro de 2019 tiveram como estopim um aumento no preço das passagens de metrô em Santiago, mas logo se tornaram um amplo movimento contra a desigualdade social e econômica no Chile.
Após mais de 20 mortes nos protestos, o presidente Sebastián Piñera cedeu às pressões e convocou o plebiscito para reescrever a Carta Magna. (ANSA).