São Paulo, 3 – O Plano Safra 2020/21 deve ter o mesmo volume de recursos do atual, referente ao ciclo 2019/20, informou a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, em “live” promovida pelo Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro) nesta terça-feira. “Trabalhando conservadoramente, estamos prevendo o mesmo valor do ano passado”, disse. Segundo informou a ministra, a previsão é anunciar o plano no próximo dia 15.

Tereza Cristina disse que ainda está tentando conseguir mais recursos. “Tenho esperança de conseguir um pouco mais”, disse ela, reconhecendo, porém, que por causa da pandemia de covid-19, que obrigou o governo a atender outras áreas mais vulneráveis, será difícil obter mais dinheiro. “Será um grande desafio”, assinalou. A ser mantido o mesmo montante, o Plano Agrícola e Pecuário 2020/21, que entra em vigor em 1º de julho, deverá ter R$ 225,6 bilhões em recursos para linhas de custeio, comercialização e industrialização, além de investimento.

Uma das alternativas buscadas pelo Ministério da Agricultura é tentar reduzir o spread bancário. “Cada vez que você diminui os juros (a taxa básica), o spread bancário alto fica mais descolado ainda, e continua muito alto, em torno de 5% a 7,5%”, afirmou a ministra. Por isso, disse estar “brigando” para reduzir o spread bancário.

Ela acrescentou que, na pandemia, existe uma “incompreensão das pessoas”, que dizem que como o agronegócio “carrega o País” deveria ter mais recursos. “É verdade. Mas o governo tem dificuldades fiscais”, afirmou. Segundo a ministra, ela deu o prazo de 15 de junho para o anúncio do novo plano para que todos os entraves (recursos, juros e spread bancário) tenham sido resolvidos e dê tempo para os bancos se adequarem. “A previsibilidade para o produtor rural é mais importante do que o plano em si”, observou.