Terceiro dia de greve nas ferrovias britânicas

Terceiro dia de greve nas ferrovias britânicas

Os ferroviários do Reino Unido entraram em greve neste sábado (25), pelo terceiro dia desta semana, para exigir aumentos salariais para combater a inflação, que atinge níveis recordes no país.

A greve, que começou terça e quinta-feira, é a maior no país em três décadas. Espera-se que apenas um trem em cada cinco funcione e metade das linhas será fechada, de acordo com o departamento de trânsito. Além disso, a circulação foi limitada entre as 07h30 e as 18h30. Distúrbios também são esperados no domingo.

O presidente do Rail Delivery Group, que representa os operadores ferroviários britânicos, Steve Mongomery, aconselhou os passageiros a viajarem apenas “se necessário” e a se informarem antes de fazê-lo.

O sindicato dos transportes RMT, que convocou esta greve de três dias, pede aumentos salariais em linha com a inflação, mas denuncia também a perspectiva de “milhares de demissões” e de agravamento das condições de trabalho.

“Numa economia moderna, os trabalhadores devem ser pagos corretamente pelo seu trabalho, usufruir de boas condições e ter a certeza de que não perderão os seus empregos”, disse o secretário-geral da organização, Mike Lynch, alertando que a mobilização pode ser prolongada se nenhum acordo for alcançado.

De Kigali, onde participava na cúpula da Commonwealth, o primeiro-ministro Boris Johnson considerou em declarações à Sky News que os britânicos “têm o direito de esperar reformas básicas”, sobretudo face a “práticas que ninguém defende exceto os líderes sindicais”.

Seu Executivo anunciou esta semana sua intenção de mudar a lei para permitir que trabalhadores temporários substituam grevistas e reduzam o que ele considera o impacto “desproporcional” das greves.

Por sua parte, o ministro dos Transportes Grant Shapps acusou o RMT no Twitter de “prejudicar a vida de pessoas que trabalham duro todos os dias”.

Diante do aumento do custo de vida, o descontentamento está crescendo entre a população e greves também foram convocadas neste verão entre o pessoal de terra da companhia aérea British Airways no aeroporto de Heathrow, em Londres. Grupos de advogados, professores, funcionários dos correios e profissionais de saúde também podem se mobilizar.