Caminhões de transporte de combustível puderam entrar na Faixa de Gaza neste domingo pela primeira vez desde o início da guerra entre Israel e o Hamas. A entrada de 17 caminhões com ajuda humanitária é a segunda operação desse tipo, após 20 outros caminhões chegarem ao enclave neste sábado.
Jornalistas no posto de fronteira na cidade de Rafah, entre o território palestino e o Egito, confirmaram a passagem de ao menos seis caminhões-tanque em meio ao comboio. Autoridades palestinas confirmaram que esse veículos transportavam combustíveis.
O diretor da agência da ONU para o auxílio a refugiados palestinos, Philippe Lazzarini, havia alertado que os estoques de combustíveis em Gaza se esgotariam dentro de três dias. “Sem combustíveis, não haverá ajuda humanitária”, afirmou.
A ONU vinha alertando que hospitais e outros serviços essenciais no território palestino precisavam urgentemente de combustíveis para os geradores de energia, uma vez que Israel interrompeu o abastecimento de eletricidade no início do conflito, além de impedir o envio de água, alimentos e medicamentos ao enclave.
A entidade calcula que em torno de 100 caminhões de ajuda por dia seriam necessários para suprir as necessidade dos mais de 2 milhões de habitantes da Faixa de Gaza, em meio a uma situação humanitária catastrófica.
Neste sábado, o Ministério da Saúde da Palestina havia feito um apelo para que postos de gasolina e pessoas que possuem estoques pessoais de combustíveis fizessem doações com urgência para os hospitais, temendo pela vida de feridos e doentes.
O governo israelense expressou preocupação de que o Hamas pudesse se beneficiar das doações de combustível para fabricar armas e explosivos. Mais de 40% das casas e edifícios em Gaza foram destruídos ou danificados, segundo informações da ONU com base em relatos das autoridades locais.
Papa lamenta a “grave situação humanitária” em Gaza
O papa Francisco lamentou neste domingo (22/10) a “grave situação humanitária em Gaza”, cenário dos confrontos entre Israel e o grupo radical islâmico Hamas.
“Estou muito preocupado e dolorido, rezo e estou próximo de todos aqueles que sofrem, dos reféns, dos feridos, das vítimas e de suas famílias”, disse ele após a oração do Angelus na janela do Palácio Apostólico. “Toda guerra é sempre uma derrota, uma destruição da fraternidade humana”, acrescentou.