Pesquisadores da Wake Forest University, nos Estados Unidos, anunciaram na última semana a criação de uma maneira engenhosa – e que não usa remédio – de tratar um amplo espectro de doenças que inclui hipertensão, enxaqueca e depressão. O recurso se baseia na restauração do equilíbrio das frequências entre os hemisférios direito e esquerdo do cérebro. Por meio desse delicado ajuste, permitir que funções como o controle da pressão arterial e o comando das reações corporais diante do estresse retomem o funcionamento normal. É uma espécie de terapia do som.

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Detalhes do mecanismo de ação foram descritos durante o encontro da Associação Americana do Coração realizado na quinta-feira 15 em Orlando, na Florida. Sensores colocados na testa dos pacientes detectam eventuais desequilíbrios na emissão das ondas cerebrais causados por estresse, traumas e outras condições que podem abalar o funcionamento do sistema nervoso central – especialmente a parte responsável por controlar ações como a pressão arterial, os batimentos cardíacos e a liberação de vários hormônios. “Os dados são transformados em diferentes tons”, explicou à ISTOÉ o neurologista Charles Tegeler, um dos envolvidos no trabalho. “Figurativamente falando, ouvimos o som que o cérebro está fazendo naquele momento.”

Harmonia certa

O próprio sistema se encarrega de harmonizar essa melodia e de a retransmitir, por meio de fones de ouvido. O resultado, argumentam os cientistas, é o restabelecimento das frequências corretas, com impacto importante no funcionamento cerebral. Os trabalhos do grupo vêm sendo conduzidos há cinco anos e envolveram mais de quatrocentos participantes – o próprio Tegeler usou o método para controlar sua pressão arterial. As conclusões mostram resultados positivos no tratamento de males como a insônia, o estresse, a enxaqueca, os fogachos (sensação de calor em mulheres no período que antecede a menopausa) e também em atletas vítimas de concussões cerebrais.

Ainda não disponível oficialmente, a opção de tratamento é vista com bons olhos por especialistas brasileiros. “É uma abordagem muito interessante”, diz o cardiologista Carlos Amodeo, especialista no tratamento da hipertensão, do Hospital do Coração, em São Paulo. “Poderá se transformar em mais uma arma que não usa medicação para ser eficaz.”

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Fonte: Brain State Techonologies/Wake Forest School of Medicine
Fonte: Brain State Techonologies/Wake Forest School of Medicine


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