À medida que as chegadas de pessoas crescem, pioram as condições de vida em um dos maiores campos de migrantes da Europa, na ilha grega de Lesbos, onde estão sendo constatadas tentativas de suicídio, afirmou a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF).

O MSF informou que suas equipes “estão presenciando a cada semana múltiplos casos de adolescentes que tentam suicidar-se ou mutilar-se, e que estão respondendo a muitos incidentes como violência, automutilação infantil e carência de acesso urgente a atendimento médico”.

“É hora de evacuar imediatamente os mais vulneráveis para levá-los a outros países europeus com melhores condições, para deter este ciclo de emergências sem fim e as horrendas condições que continuamos a ver em Moria”, acrescentou a organização.

Dados governamentais indicaram que há cerca de 11.000 refugiados e migrantes em Lesbos, dos quais 9.000 se encontram no campo de Moria, que já triplica sua capacidade nominal.

Cerca de 320 pessoas chegaram neste domingo, segundo o governo.

“Fui o primeiro a dizer que as condições em Moria estão perto do ponto de saturação”, indicou o ministro Dimitris Vitsas à Alpha Radio.

Vitsas disse nesta segunda-feira que cerca de 3.600 pessoas foram retiradas de Moria desde junho, para serem substituídas por outros 5.700 novos migrantes.

O MSF indicou que 1.500 pessoas chegaram a Lesbos nas primeiras duas semanas de setembro.

“Sem espaço livre, estão dormindo sem qualquer proteção, sem comida suficiente e com um acesso muito limitado à atenção médica”, acrescentou.