Um homem armado atingiu voluntariamente nesta segunda-feira à tarde com o seu veículo um furgão da polícia na famosa avenida Champs-Elysées de Paris, sem causar vítimas, a poucos metros do local onde outro policial foi morto por um extremista há dois meses.

O autor do ataque morreu no local, segundo o ministro do Interior Gérard Collomb, que falou de uma “tentativa de atentado”.

“Mais uma vez, as forças de segurança na França foram alvos”, declarou, indicando que foram encontrados no veículo utilizado no ataque “algumas armas e explosivos que poderiam fazer este carro explodir”.

O autor do ataque, de 31 anos, constava desde 2015 nos arquivos dos serviços de Inteligência por pertencer ao “Movimento Islamita Radical”, informaram fontes coincidentes.

Dentro do veículo, as autoridades encontraram Cilindros de gás, pistolas e um fuzil de assalto kalachnikov, bem como uma arma junto ao motorista, segundo uma fonte policial.

O veículo pegou fogo logo após a colisão, que aconteceu pouco antes das 16h00 locais (11h00 de Brasília).

A polícia conseguiu retirar o corpo do suspeito, que jazia no chão coberto por um pano branco.

Segundo fontes próximas à investigação, o autor do ataque seria um homem de 31 anos.

O setor de combate ao terrorismo da Procuradoria assumiu a investigação.

No local, no coração da capital francesa, um vasto perímetro de segurança foi estabelecido. O tráfego está sendo desviado pelas autoridades e a estação de metrô mais próxima foi fechada, constatou uma jornalista da AFP.

Na calçada, o carro branco utilizado no ataque permanecia parado com a porta do motorista aberta, segundo um jornalista da AFP.

Alexandre, de 51 anos, estava sentado em um banco nesta avenida muito movimentada: ele conta à AFP que viu “pessoas correndo em todas as direções, incluindo vários turistas. Algumas gritaram para que eu corresse. Tinha gente para todos os lados”.

“A polícia ordenou que ficássemos parados. Todo mundo parou”, relatou por sua vez Romain, um turista de 26 anos que se dirigia para o Arco do Triunfo, no final da avenida.

Horas depois do ataque, eram muitos os turistas que caminhavam pela avenida, fazendo selfies, saindo e entrando nas lojas.

Abram, segurança de uma loja, viu “pessoas correndo para o Arco do Triunfo”. A polícia começou a revistar os veículos na avenida, informou. “Fechamos a loja, mas 40 minutos depois tudo estava calmo e reabrimos”.

Este ataque “mostra mas uma vez que o nível de ameaça na França é extremamente elevado”, ressaltou o ministro do Interior. O país está sob estado de emergência desde novembro de 2015.

Desde janeiro de 2015, a França tem sido alvo da violência extremistas, com uma onda de atentados que fizeram 239 mortos. Os últimos ataques a atingir a França tiveram como alvo as forças de segurança.

O incidente desta segunda-feira acontece menos de duas semanas após o ataque a um policial na frente da catedral de Notre-Dame de Paris por um homem armado com um martelo que, ferido e preso, afirmou ser um “soldado” do grupo extremista Estado Islâmico (EI).

Em 20 de abril, um policial foi morto na avenida Champs-Elysées, pouco antes do primeiro turno da eleição presidencial francesa. O autor do ataque, Karim Cheurfi, foi morto depois de ferir outros dois agentes. O ataque também foi reivindicado pelo EI.

A Grã-Bretanha também tem enfrentado uma onda de ataques extremistas, com três atentado em três meses reivindicados pelo EI, que fizeram um total de 35 mortos.

Nesta madrugada, um veículo atropelou muçulmanos na saída de uma mesquita em Londres. Seu condutor, um homem de 47 anos, foi detido “por terrorismo”, segundo a polícia.