O Iraque pode se converter em palco de conflito se houver uma intensificação da tensão entre Irã e Estados Unidos após a saída de Washington do acordo nuclear com Teerã, indicou nesta quarta-feira (16) um estudo de um centro de análises.

O International Crisis Group (ICG), que investiga formas de evitar a guerra, entrevistou funcionários de todo o mundo, inclusive do Irã, para um extenso relatório sobre a situação do acordo nuclear que Teerã assinou com várias potências em 2015.

O presidente Donald Trump retirou o seu país do acordo e aumentou a pressão econômica a fim de isolar o Irã, enquanto os europeus continuam apoiando o pacto, negociado durante a presidência de Barack Obama.

O ICG considerou que o Irã provavelmente continuará cumprindo com o acordo e que se considera capaz de esperar para ver o que acontece com Trump, que enfrenta uma batalha pela reeleição no ano que vem.

De qualquer forma, o estudo apontou que os cálculos de Teerã podem mudar se as suas exportações de petróleo, que ficaram em 3,8 milhões de barris por dia em 2017, caírem abaixo dos 700.000, um nível que poderia provocar uma hiperinflação e intensificar os protestos no país.

Se o Irã decidir retaliar os Estados Unidos poderia buscar aliados no Oriente Médio, segundo o relatório. O ICG cita um funcionário de alto escalão da segurança iraniana que disse que o palco mais provável seria o Iraque, onde as milícias da maioria xiita têm ligações próximas com Teerã.

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“O Iraque é onde temos experiência e capacidade necessárias para atingir os Estados Unidos abaixo do umbral que poderia provocar uma retaliação direta”, assinalou o funcionário.


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