ROMA, 13 MAI (ANSA) – O funeral da jornalista da emissora árabe Al Jazeera, morta a tiros durante uma operação de Israel em um campo de refugiados palestinos em Jenin, na Cisjordânia, foi marcado nesta sexta-feira (13) por confrontos entre policiais israelenses e uma multidão presente no local.
Segundo as autoridades, a repressão ocorreu porque o caixão de Shireen Abu Akleh estava coberto com uma bandeira da Palestina, símbolo proibido na região desde 1967, quando o país ocupou e anexou Jerusalém Oriental.
Na cerimônia em Jerusalém foi realizado um cortejo com o corpo da repórter, de 53 anos, nas ruas de sua cidade natal. No entanto, durante o trajeto, alguns civis foram atacados pela polícia israelense.
O caixão que levava o corpo de Shireen quase caiu quando o grupo que o carregava recuou e quase bateu em um muro. Na sequência, tiros de bala de borracha foram ouvidos. Vídeos da repressão foram divulgados nas redes sociais.
Ontem, a polícia israelense já havia reforçado as medidas de segurança nas entradas da Cidade Velha de Jerusalém para evitar conflitos. O irmão da jornalista, Adnan Abu Akleh, chegou a ser convocado para tratar questões sobre o funeral, o qual as autoridades alertaram para a participação de milhares de pessoas.
De acordo com a Al Jazeera, a palestino-americana foi assassinada “a sangue frio” pelas forças israelenses, que dizem investigar a hipótese de a repórter ter sido atingida por “palestinos armados”.
Enquanto isso, em Jenin, cidade no norte da Cisjordânia, tiroteios entre milicianos e representantes do Exército foram relatados na região. Já em Ramallah, um palestino foi ferido por soldados após tentar atacar passageiros armado com uma faca, de acordo com o porta-voz militar.
Na Cisjordânia, por sua vez, um policial israelense morreu e 13 palestinos ficaram feridos em uma nova operação. (ANSA)