O presidente Jair Bolsonaro conseguiu uma proeza no cenário político mundial. Ele reuniu determinada quantidade de pessoas da mesma estirpe que a sua para gerir os ministérios, sem precisar efetivamente dos ministros, com o objetivo de tocar em frente seus projetos. É por isso que é possível encontrar nas mais diversas áreas do governo o mesmo padrão de incompetência, desconhecimento técnico e crueldade na hora de lidar com as questões mais sensíveis do País, especialmente na área de direitos humanos.

O Ministério da Educação é um exemplo primoroso da confluência de aberrações administrativas. O atual ministro, o pastor Milton Ribeiro, reza pela cartilha do chefe, o ex-capitão, e suas poucas declarações prestadas à imprensa demonstram sua essência extremamente conservadora e homofóbica.“Um adulto pode ser homossexual, eu respeito, mas não concordo”, afirmou recentemente. Da mesma forma que Velez Rodrigues, o primeiro ministro da pasta, Ribeiro mostra estar desnorteado no cargo. Disse que o ministério que dirige não tem que se intrometer e fazer “resoluções esquemáticas” de volta às aulas durante e depois da pandemia. Se o MEC não vai se preocupar com os estudantes brasileiros em meio à crise sanitária, quem vai solucionar os problemas educacionais brasileiros? A situação crítica do ministério nos leva a crer que a tempestade perfeita deve continuar por longo período.

Como se vê, a gestão no MEC é a cara da incompetência do governo Bolsonaro como um todo. Antes de Ribeiro, o primeiro incompetente no órgão foi Velez Rodrigues, que se mostrou totalmente despreparado para o cargo. Ao ficar frente a frente com a deputada Tabata Amaral na Comissão de Educação na Câmara, em 2019, Rodrigues não conseguiu responder minimamente aos questionamentos da parlamentar. Acabou saindo desmoralizado do ministério.

Depois dele foi a vez de Abraham Weintraub, olavista de carteirinha, que dizia asnices inomináveis uma atrás da outra enquanto esteve à frente do MEC, além de cometer erros gramaticais incompatíveis por parte de quem deveria dar bons exemplos às nossas crianças. Os eventos vexatórios no ministério continuaram ainda com a nomeação de Carlos Decotelli, o breve, que chegou a falsificar documentos sobre sua formação acadêmica. Saiu do ministério pela porta dos fundos. Um desgoverno também na educação.


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