A temperatura das águas do sul da Flórida, nos Estados Unidos, superou os 37,8 ºC por várias horas na segunda-feira (24), estabelecendo potencialmente um novo recorde mundial.

As medições foram feitas em uma única boia na baía de Manatee, cerca de 60 km a sudoeste de Miami, a uma profundidade de 1,5 metros.

Às 18h00 (21h00 de Brasília) da segunda, foi registrada uma temperatura máxima de 38,38 ºC.

Jeff Masters, meteorologista e ex-cientista do governo, postou no Twitter, agora chamado X, que embora não houvesse um registro oficial mundial da temperatura da superfície do mar, um estudo científico de 2020 indicou que a maior temperatura registrada até o momento havia sido na baía do Kuwait: 37,6 ºC.

Porém, de acordo com Masters, como o novo registro foi feito perto da costa, “a contaminação da medição por efeitos terrestres e matéria orgânica na água poderia invalidar o recorde”.

“A menos que haja provas fotográficas de que não havia resíduos, seria difícil verificar que o recorde de 101 graus Fahrenheit (38,33 ºC) é válido”, acrescentou.

O calor extremo contínuo é devastador para os ecossistemas de recifes de coral e as espécies que dependem deles.

Dias atrás, a Fundação para os Recifes de Coral, uma organização sem fins lucrativos, disse que um dos recifes do sul da Flórida que havia restaurado foi destruído pelo calor.

Segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos, cerca de 25% de todas as espécies marinhas são encontradas em recifes de coral ou ao redor deles.

Do outro lado do Atlântico, o mar Mediterrâneo alcançou na segunda-feira sua temperatura mais alta já registrada: 28,71 ºC, relataram pesquisadores espanhóis à AFP nesta terça-feira.

De acordo com o climatologista da Nasa Gavin Schmidt, julho de 2023 está a caminho de se tornar o mês mais quente já registrado em termos absolutos, assim como o mais quente potencialmente em milhares de anos.

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