O historiador Marco Antônio Villa participou de uma live da IstoÉ, na terça-feira, 15. Na conversa com o diretor de redação da revista, Germano Oliveira, Villa faz uma análise desconcertante da política do País. Ele traça cenários de possíveis rupturas e contratempos como a queda do presidente da República.

Em tempos de pandemia, ele analisa as medidas tomadas pelo poder central no combate ao coronavírus e, sem rodeios, classifica Bolsonaro como genocida. Para ele, o Brasil está em meio a um caos generalizado em todas as áreas. “Nós temos o pior governo da história republicana. Ninguém salva. Temos um beócio na Presidência da República”, disse.

Bacharel em história, mestre em sociologia e doutor em história social pela USP, atualmente Villa mantém um canal no YouTube, no qual comenta notícias do dia. Para ele, que comemorou a derrota de Fernando Haddad (PT), em 2018, chegando aa dizer que “foi um dia histórico; uma derrota do projeto criminoso de poder petista que assolou o Brasil”, a situação atual é catastrófica.

“A irresponsabilidade chegou a um nível que é caso de interdição judicial. Temos que colocar na cabeça que tem um idiota no poder.”

Ele não poupa ninguém. Bate pesado nas elites, nos políticos de centro, que dão governabilidade ao governo. “O Centrão mata a mãe e entrega o corpo.”

Diz-se na Wikipédia que Villa não tem orientação ideológica autodeclarada, mas que se diz um “radical republicano”. Nas redes sociais e para colegas da academia, ele é reconhecido como um comentarista político de direita.

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Controvérsias à parte, ao certo, Villa, na conversa, dispara sua já conhecida metralhadora giratória contra o governo federal e a turba da Esplanada do Ministério. Numa verborragia alucinante, sem papas na língua e com conhecimento histórico do cenário político nacional, ele falou sobre a questão da vacina contra o coronavírus e a politização da saúde.

“Só quem é ignorante, obtuso e medíocre, como Bolsonaro, pode falar mal do Butantan”, avalia. “A vacina é a condição sine qua non para salvarmos vidas e recuperar a economia.”

Villa, que também é articulista da revista IstoÉ, afirma que Bolsonaro é responsável pelas mais de 180 mil mortes ocorridas pelo Covid-19 no Brasil e que deve ser julgado e condenado pela Justiça pelas atrocidades que vem praticando.

“É criminoso de lesa-humanidade”, diz. Para ele, “os militares que estão em poder na Esplanada dos Ministérios são todos traidores”. Ainda na avaliação do historiador, “o panorama dos próximos meses é terrível. Bolsonaro quer levar o país à convulsão, à catástrofe, para assim dar sua cartada na democracia.

Ao descrever as mazelas nacionais e a caótica situação política, alerta que o presidente não concluirá o mandato presidencial. Diz mais. Ele entende que o Brasil, no pós-Bolsonaro, a sociedade terá que ter como árdua tarefa por fim ao ódio que está incrustado na sociedade.

“O ódio está petrificado. Não dá só para varrer e jogar no lixo. Vai ter que haver uma desbolsonarização do Brasil. Onde há ódio, não existe espaço democrático”, conclui.


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