Apesar da queda real na arrecadação de junho, o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, avaliou que há uma aderência entre o recolhimento de impostos e o desempenho da economia. Ele voltou a argumentar que a retração de junho se deve a fatores atípicos.

A arrecadação de impostos e contribuições federais somou R$ 180,475 bilhões em junho, uma queda real (descontada a inflação) de 3,37% na comparação com o resultado recorde de junho do ano passado.

“No ano passado, o desempenho do IRPJ e da CSLL esteve ligado ao desempenho das commodities. Todas essas empresas recolheram valores acima do que vinham recolhendo normalmente, daí a classificação como recolhimentos atípicos. Se a arrecadação vier de forma diferente agora, teremos um decréscimo”, admitiu.

Mesmo com a queda em junho, no primeiro semestre do ano a arrecadação federal somou R$ 1,142 trilhão, recorde para o período na série histórica, iniciada em 1995. O montante representa um avanço real de 0,31% na comparação com os primeiros seis meses de 2022.

Malaquias destacou que a queda na arrecadação de IRPJ e CSLL no acumulado do primeiro semestre foi de R$ 12,713 bilhões em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto a diferença estimada pela Receita devido à arrecadação atípica dos tributos é muito maior para o período, de R$ 24,115 bilhões.

“Isso mostra que temos uma aderência grande da arrecadação com a atividade econômica. As commodities tiveram desempenho extraordinário no ano passado, além do impacto de uma taxa de câmbio maior. Hoje voltamos ao patamar normal de arrecadação”, completou.