O temor de reflexos negativos de um possível aumento de juros nos Estados Unidos derrubou as bolsas de valores naquele país e também foi determinante para a queda da Bovespa, que recuou 0,55%, aos 50.561,70 pontos nesta quarta-feira, 18, com R$ 7,4 bilhões em negócios.

A bolsa brasileira chegou a subir mais de 1% antes da divulgação da ata do Federal Reserve (Fed), mas inverteu a tendência poucos minutos após o documento se tornar público. Com base em sinais de melhora da economia local, o BC norte-americano admitiu a possibilidade de elevar as taxas básicas já em junho. A reação dos mercados foi de alta dos rendimentos dos títulos do Tesouro americano e queda das bolsas em Nova York, antecipando a possibilidade de migração de recursos da renda variável para a renda fixa.

Segundo profissionais do mercado, a queda não foi maior porque na véspera a bolsa já havia caído 1,86%, justamente por conta da expectativa de aperto monetário nos EUA. Indicadores de atividade econômica e inflação no varejo vieram acima do previsto e reforçaram a percepção de melhora da economia daquele país. Além disso, três diretores regionais do Fed haviam acenado com a possibilidade de iminente elevação dos juros.

Outro limitador de uma queda maior no mercado brasileiro foi o desempenho positivo dos bancos. A valorização foi atribuída a uma recuperação de perdas recentes, que se manteve mesmo após a virada final da Bovespa, com a ata do Fed. Itaú Unibanco PN, ação de maior peso na carteira do Ibovespa, teve alta de 1,55%. Bradesco PN subiu 0,44%. No noticiário corporativo, o destaque foi a suspensão dos negócios com recibos de ações da Eletrobras na bolsa de Nova York, anunciada no início da tarde. A decisão decorre do atraso da empresa estatal de enviar o formulário 20-F à Securities and Exchange Commission (SEC), a CVM americana. Em consequência, Eletrobras PNB chegou a cair mais de 8% após a notícia e fechou em baixa de 2,08%.